(Leia este texto ao som de Dream)
Chegar em casa ao fim do dia ganhou um significado diferente depois que a minha família desenvolveu o costume de jantarmos juntos – ainda que fosse um simples café e sanduíche depois de o sol despencar do lado de fora da janela. Começamos a fazer isso um dia, e depois outro e ainda outro. E então eu passei a sentir na pele um pouco mais do que já existia dentro de mim: abrigo.
Me pego pensando nisso ao fim de dias bons e ao fim de tarde ruins. Diante do espelho, com o rosto fechado ou os lábios não se contendo de alegria no reflexo, sempre existe algo além de nós. Não são os móveis ao fundo nem o cobertor sobre a cama. Geralmente é a realidade que nos cerca.
O que nos habita e o mundo não foi capaz de materializar.
Com isso, acho que passei a valorizar ainda mais o chão que sustenta os meus pés. Em casa, com os meus, ganhei a certeza de que rasgar o coração pode ser libertador – ainda que doloroso às vezes. Afinal de contas, foram muitas as minhas orações atendidas até hoje. Eu é que, muitas vezes, não quis acolher comigo as respostas.
Diante de tudo de inconveniente que me cerca, eu sei que posso contar com quem transforma meu coração em abrigo. Imagino que você também possa: com quem mora na sua casa, com um amigo que está disposto a dar repouso ao teu coração que – vez ou outra – acabará desamparado.
O que importa é isso: entender que as cruzes nunca devem ser capazes de destruir quem somos ou botar em xeque o que é certo.
Ao chegar em casa no fim do dia, você perceberá que o bem que mora dentro grita mais alto que os sons que podem vir a incomodar do lado de fora da porta.
O coração em paz será a certeza disso.
Júlio Hermann
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Até onde o amor alcança
“UM DIA VAI SER AMOR A PONTO DE O CORAÇÃO NÃO PRECISAR CONVENCER O CÉREBRO DISSO.
ATÉ LÁ EU ARGUMENTO”.
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Créditos da foto: Ekrulila