(Leia ao som de Tem gente assim)
Enquanto eu me angustio e me derramo pelos cantos da cidade, você não imagina o quanto me ajuda a respirar. Assim mesmo, de um modo estranho que não te pede para fazer nada. Nem dá para perceber, dá?
Não é preciso toque nem palavras tuas para fazer chegar ao meu peito o conforto que eu preciso para encarar na humanidade o que me cerca. Alguma coisa em ti me levanta de súbito e me coloca a caminhar outra vez. Às vezes as renuncias que a vida pede parecem cruéis demais, já percebeu? A sensação que fica é de que o mundo inteiro deixará de existir ao redor do próprio corpo. Não sei exatamente como enxergar o que me habita, imagina o que está do lado de fora? Mas a tempestade se acalma quando você canta qualquer poesia por aí.
Nas avenidas e alamedas que eu percorro, tento não fazer cena para que as coisas não pareçam ficção. Você me diz em silêncio que está tudo bem sentir dor se houver felicidade no fim – tudo é passageiro mesmo. Percebo um sopro leve e parte da dor se dissipa, escuto um verso calmo e eu tenho quase certeza que o meu coração volta a bater em velocidade normal.
Talvez eu consiga voltar para casa mais seguro agora.
Teus olhos não enxergam em ti o que eu vejo, nem adiantaria tentar te explicar o quanto o mundo agradece por pessoas como você. De uma hora para outra, o céu se acende inteiro em esperança pelo amor que há na terra. Obrigado, dizem os anjos. Obrigado, repito daqui. Obrigado a ti.
Você sorri e eu repito o gesto como se fosse um espelho teu encarnado por aí. Respeito teu espaço, agradeço silenciosamente por me mostrar que é possível amar a vida só pelo brilho dos teus olhos.
E automaticamente a dor do mundo se torna um pouco mais doce com o teu amor.
Depois que eu me reconstruo, logo após a angústia que há em mim se desfazer. Você não tem noção do quanto ajuda o meu peito a continuar batendo. Assim mesmo, de um modo simples que não te pede para mover um dedo. Tudo porque em algum momento da vida você escolheu curar o mundo com amor.
Júlio Hermann
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*Meu primeiro livro já está à venda em todo o Brasil. Se você gostou desse texto, tem grandes chances de se identificar com ele.
Tudo que acontece aqui dentro – cartas de amor nunca rasgadas
“Você lê aquilo que sempre quis dizer a alguém – ou a si mesmo -, mas que nunca teve coragem de tirar de dentro de si.” – Daniel Bovolento, autor de Por onde andam as pessoas interessantes? e Depois do fim.
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Mano, tá muito lindo e ao som de Mharessa fica melhor ainda❤
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