(Leia este texto ao som de You Got Me Too)
Me tirou o ar sem dizer nada nem encostar em mim. Bastou rir e deixar o som da respiração alcançar o microfone do celular quando me gravou um áudio. Disse que sentia sono e perguntou se eu esperava ela chegar no quarto de hotel para dormir. Respondi que esperava, sim, esperaria uma vida inteira se fosse preciso.
Me mandou os registros da viagem que está fazendo, estava chovendo aqui em casa. Eu só queria sair pela rua gritando e bradando alto como eu sou sortudo em ter alguém assim comigo. Eu só queria correr por aí com os fones no ouvido tocando a playlist que a gente criou na noite de um domingo também chuvoso.
Me disse que não via a hora de o tempo correr uns dias para a gente estar mais perto. Quis contar que eu não consigo conter a perna tremendo por conta de um nervosismo precipitado. Não consigo fazer nada sem que os meus neurônios todos dirijam o pensando para os dias que estão por vir. E sorrio.
Errei feio algumas vezes, senti na pele a sensação de ver o mundo fugindo do meu alcance por conta de umas infantilidades desnecessárias, mas estou aqui, com o coração nas mãos pronto para entregar nas dela quando a encontrar – mesmo que ele já seja dela. Querendo dizer que eu vou fazer de tudo para ferida nenhuma aparecer outra vez.
E permaneço aqui, procurando um motivo de entender o modo com que ela me faz sorrir do primeiro ao último minuto do dia sem precisar dizer nada. Sorrio quando vejo um peixe, procuro vídeos de felinos fofos para me lembrar dela. Um leão filhote tem mais força que nós dois juntos, imagino, mas o mundo ainda assim é nosso.
Perguntou se eu poderia ficar acordado até hora de ela chegar no quarto do hotel, para irmos dormir juntos. Eu posso. E viro a noite se você quiser. Viro o mundo inteiro do avesso se isso for adiantar o tempo e me fazer colar agora em você.
Júlio Hermann
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Tudo que acontece aqui dentro – cartas de amor nunca rasgadas
Sinopse: Amar é afogar-se com os próprios sentimentos e continuar respirando. Tudo o que acontece aqui dentro é uma seleção de crônicas sobre o amor em seus diversos estágios, sobre aprender com as experiências da vida… trata-se de um tipo de testamento das coisas do coração. É também um romance narrado pelas memórias de quem as viveu, por cartas que deveriam ter sido rasgadas, registros dos sentimentos pessoais de quem revelou bem mais de si que a maioria de todos nós. Uma das coisas mais bonitas é a maneira com que vamos enfeitando a alma enquanto esperamos alguém chegar.
‘São cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder. Os momentos felizes e os dias em que pensei que não iria aguentar”.
Júlio tem um dom. Ele consegue exprimir sobre sentimentos com muita beleza e, ao compartilhar em escritos, permite que nós também possamos nomear o que muitas vezes sentimos e ficamos de algum modo aflitos, por não compreender. É o momento em que o nosso coração encontra a paz. Ele transforma o grito preso nas gargantas em literatura. São linhas que costuram o aprendizado sobre amor com o olhar de uma geração.
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