(Leia este texto ao som de Something Big)
A sensação que eu tenho é que 2018 começou com a intenção de colocar tudo do avesso. Nem tudo continua como era quando o ano virou. Um monte de gente que eu conheço trocando de emprego, alguns casais que eu jurei que ficaram juntos para sempre rompendo de uma hora outra, pessoas à minha volta abandonando sonhos de anos para caminhar por um novo caminho.
Um choro aqui, um lamento ali, um sorriso tímido demais para ser percebido no canto da boca. A gente precisa aprender a seguir em frente.
Não é difícil levantar os olhos e encontrar por aí fossas que parecem nunca ter fim. Um amigo que deixou de ser quem era por conta de uma decepção, o conhecido que parece ter sumido do mundo porque perdeu o emprego ou terminaram com ele. Parece que com o passar dos anos nós vamos permitindo que a cabeça comece a caducar, surge um apego quase doentio pela dor. Não podemos viver se não do modo que era, como a vida vai seguir de outro jeito se tudo que era importante deixou de ser?
Num dia comemos menos, noutro enchemos o estômago a ponto de explodir para compensar a dor. Reduzimos nós mesmos a zero para justificar uma culpa que talvez não seja nossa. E o pior é que isso é natural.
A gente precisa entender que perder um emprego, uma oportunidade ou um amor de balada não faz da gente menos incrível ou competente. Talvez a empresa esteja mesmo precisando cortar gastos e você não tenha feito nada errado, talvez nós não fossemos nos sair tão bem no trabalho que não conseguimos porque algo maior está por vir, talvez a tal pessoa que você quis por um segundo só não estava querendo alguém naquele momento, ou já tivesse um amor incrível consigo.
E o mais engraçado nisso tudo é que o seu chefe, o cara que te entrevistou e o amor que você perdeu antes mesmo de ter não deixam de ser incríveis por conta disso.
Aprender a seguir em frente tem a ver com reconhecer que talvez não fosse para a gente, que o mundo de pessoas que se importa conosco à nossa volta está tentando nos dizer exatamente isso. Não deu hoje, mas uma hora vai dar. A fase da dor é importante, sim, mas não pode durar para sempre. Em uma próxima vai acontecer.
Às vezes as coisas mudam e isso faz parte, cabe a gente aprender a lidar com a nova situação. Mas isso, como tudo na vida, demanda esforço. E, bom, se você não colocar um pouco de vontade, as coisas não vão mudar para melhor outra vez.
Júlio Hermann
_
Meu primeiro livro está em pré-venda. Se você gostou desse texto, tem grandes chances de se identificar com ele.
Você pode comprar ele na Saraiva com desconto especial.
Tudo que acontece aqui dentro – cartas de amor nunca rasgadas
Sinopse: Amar é afogar-se com os próprios sentimentos e continuar respirando. Tudo o que acontece aqui dentro é uma seleção de crônicas sobre o amor em seus diversos estágios, sobre aprender com as experiências da vida… trata-se de um tipo de testamento das coisas do coração. É também um romance narrado pelas memórias de quem as viveu, por cartas que deveriam ter sido rasgadas, registros dos sentimentos pessoais de quem revelou bem mais de si que a maioria de todos nós. Uma das coisas mais bonitas é a maneira com que vamos enfeitando a alma enquanto esperamos alguém chegar.
‘São cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder. Os momentos felizes e os dias em que pensei que não iria aguentar”.
Júlio tem um dom. Ele consegue exprimir sobre sentimentos com muita beleza e, ao compartilhar em escritos, permite que nós também possamos nomear o que muitas vezes sentimos e ficamos de algum modo aflitos, por não compreender. É o momento em que o nosso coração encontra a paz. Ele transforma o grito preso nas gargantas em literatura. São linhas que costuram o aprendizado sobre amor com o olhar de uma geração.
_
Para comprar nas demais livrarias:
Saraiva
Amazon
Livraria Cultura
Livraria da Folha
Martins Fontes