(Leia este texto ao som de I Lived)
Este é mais um daqueles dias em que eu não via a hora de ver chegar ao fim. Depois de tanto cansaço e tanta coisa me deixando esgotado física e emocionalmente, a única coisa que eu queria era poder chegar em casa e deitar na minha cama.
Os compromissos da manhã, as obrigações da tarde, o amontoado de pensamentos que tomou conta da minha cabeça durante o dia só me fizeram sentir vontade de parar um pouco e dar folga para que o meu cérebro não viesse a enlouquecer. Tudo amontoado, tudo revirando como se fosse em um furacão.
De vez em quando passamos por dias assim ao longo da vida. Não sentimos vontade de fazer nada, coisa nenhuma parece amenizar o turbilhão que se agiganta cada segundo mais dentro da cabeça. A vontade é de parar no tempo ou adiantar parte da vida para o futuro. Mas nenhuma alternativa destas servirá de auxilio para aquilo o que precisamos agora.
Depois de chegar em casa, tirar os sapatos e esticar as duas pernas no sofá da sala, a única coisa que eu queria era entender o que os céus tinham para me dizer com isso tudo. Alguma coisa do que aconteceu recentemente deve me fazer melhor daqui um tempo, algo deve vir a melhorar nos próximos dias. Eu poderia reclamar, xingar os anjos por não terem sido eficazes e espernear pelo fato de as coisas não terem dado exatamente certo desde que acordei. Mas o que eu ganharia com isso?
O fim de semana foi difícil, mas isso não muda o fato de que a semana inicia outra vez e a vida segue como sempre seguiu. O que eu preciso entender é a melhor forma de aproveitar isso para ser um alguém melhor no futuro. Sabiamente, muitas pessoas já escreveram sobre a importância de crescer com as situações difíceis da vida. O segredo é justamente este, com a importância devida à nossa vontade de aprender.
A dor passa, a gente reencontra abrigo. Depois de tanto cansaço e tanta coisa me deixando esgotado física e emocionalmente, eu sei que eu terei forças para pelo menos tentar deixar tudo bem outra vez.
Júlio Hermann 