Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Missing)
Eu acho curioso como nós criamos a mania chata de ter opinião sobre tudo. Há algo aparentemente paradoxal acontecendo do outro lado do mundo e sabemos exatamente o que pensar e como nos posicionarmos. Um projeto de lei vai ser votado e, sem ler as minúcias, sabemos como defender ou rechaçar, com base unicamente em quem o propôs ou no que nos contaram sobre isso. Surge uma nova moda, as pessoas aderem a algo diferente, e nós, sempre juízes da realidade, sabemos o que é mais adequado e o que não passa de brincadeira de criança.
Quase nada escapa do nosso radar. E, quando escapa, sabemos a quem recorrer para replicar uma opinião que não é nossa, mas nos admira. O que ganhamos com isso? Um ego intelectual inflamado?
Quanto mais o tempo vai passando, mais vou aprendendo o valor do silêncio. Não é a toa que os santos sempre disseram que, quanto mais elevado for o coração de alguém, menos essa pessoa fala. A questão aqui não é que o nobre tenta se esconder: ele simplesmente descobriu que não precisa opinar sobre tudo. E, por mais estranho que isso nos pareça, tal comportamento é fonte de profunda paz.
Um dos fenômenos mais engraçados dos nossos tempos é ver gente nova (e eu me incluo nisso) pagando de entendedor por aí. Achamos saber como se deram as coisas ao longo da história e em qual tempo o mundo foi melhor, o que funciona e o que não funciona para a vida das pessoas e um montão de outras abstrações. Pagamos de enciclopédias ambulantes, nos julgando cultos por saber quase nada de muita coisa. Acaba que não nos damos conta de que – talvez, e só talvez – ainda não aprendemos a pensar por nós mesmos.
Como vencer isso? Sendo mais simples.
Dependendo da situação, não é omissão esperar um pouco para se posicionar, é sabedoria. Quantas vezes não colocamos os pés pelas mãos? Se muitos te dizem que é fraqueza ou ignorância, te afirmo o contrário: é prudente, às vezes, calar. Há situações que exigem nossa resposta, sim. Porém, não adianta querer se expressar com pressa e falar besteiras.
São Bento, na regra a seus monges, diz uma coisa maravilhosa: ainda que se possa acrescentar algo de bom com a própria opinião, pense bem antes de dizê-la. Se, ao contrário, ela é menos eficaz que o silêncio, guarde-a para si.
Nos almoços de família, nos assuntos com seus colegas, na pauta do seu grupo de amigos: você não precisa ter opinião para tudo. É profunda e bonita a humildade de quem é capaz de dizer “não tenho conhecimento suficiente para opinar sobre isso”.
Numa época de ruídos, é bom não ser causa do barulho que atrapalha e ofusca a realidade das coisas.
Acho que, com um pouco de ascese, você e eu conseguimos.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.