Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Song for the Asking)
Eu me assusto com a quantidade de pessoas que entram e saem das nossas vidas. Pensar sobre isso há pouco me deixou inquieto. Eu sempre fui do tipo de gente que tratou despedidas como algo natural – e continuo achando que seja. Mas, ao mesmo tempo, me dei conta de que talvez tenha naturalizado algo que não seja tão correto assim: o uso dos outros.
É claro que existem pessoas que passarão pelas nossas vidas e não permanecerão para sempre. Olhe os amigos que você fez na escola: a maioria deles você não sabe se casou, teve filhos ou permanece lutando para se formar na faculdade antes dos trinta. Dos amigos da juventude, a mesma coisa: um ou outro você ainda visita, conversa, sabe da vida. O resto, por onde anda? Está tudo bem não saber a resposta, as coisas são assim desde que o mundo é mundo.
Por outro lado, existe uma realidade nossa que, por mais comum que pareça, não está tão certa assim: pessoas que engrandecemos, colocamos em pedestais e gritamos virtudes deixaram de existir para nós e se tornaram descartáveis em nossas vidas com o passar de poucos dias. Erramos na premissa, colocando-as num altar que não cabe às pessoas? Pode ser. Deixamos de fazer questão por que pararam de servir a nossos caprichos? Provavelmente também.
É preciso amar aos outros, não usá-los e jogar fora. A nossa tendência, infelizmente, tem sido contrária: gostamos dos sorrisos, dos confortos, das massagens que os outros fazem nos nossos egos, do modo como eles podem nos ajudar a ir mais longe nos sonhos que temos. Agora, amar as pessoas por elas simplesmente serem elas, apesar dos seus defeitos e dos seus erros, será que temos conseguido?
Querer as pessoas por perto pelo prazer que nos causam ou pela beleza que atrai nossos olhos nada mais é do que cair no triste erro de instrumentalizar os outros. Sabemos como isso é doloroso quando é feito conosco, como deixa marcas em nós o reconhecer-se usado e jogado fora, mas ainda assim agimos deste jeito vez ou outra com alguém. Por quê? O que ganhamos com isso? Eu sei que não pensamos agir assim nem é exatamente essa nossa intenção, mas muitas vezes acaba sendo o resultado do que fazemos…
Um padre diz que a castidade, por exemplo, é um outro nome para o amor, pois evita que usemos os outros e joguemos fora depois. Mas isso não cabe só à sexualidade, tão banalizada por nossa geração. Vale para tudo: é preciso ter relações puras na intenção, querendo o outro bem por ele ser quem é e não pelo que nos oferece. Nas palavras de Fulton Sheen, é preciso amar as pessoas e usar as coisas, não usar as pessoas e amar as coisas.
Chegar a isto não é tão difícil. É uma questão de hábito desinteressado.
Ver entrar e sair pessoas da nossa vida é natural – funciona assim do jardim de infância até a velhice. É igualmente natural que quem seja especial permaneça também. Agora, usar e jogar fora, no sentido que for, nunca é. Espero que reaprendamos isso o quanto antes.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.