Chega de ser profeta da desgraça

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Love will set you free)

Eu entendo que você gostaria que certos problemas evaporassem da órbita terrestre e parassem de te fazer tão mal. Suas manhãs seriam mais leves e você trataria com humor melhor seus colegas de trabalho e as pessoas que sorriem sem motivo no metrô; seus fins de tarde seriam menos melancólicos e suas noites não seriam todas imersas em séries e chocolate barato, para afogar a tristeza. Mas certas lutas fazem parte da vida.

Acho que eu também passo por este movimento interior de vez em quando: espero todas as coisas estarem alinhadas e bem para então dizer que sou feliz. No processo, contudo, acabo esquecendo-me que uma vida inteira irreparavelmente perfeita é coisa impossível. Com isso, a tal alegria que eu anseio e espero se torna ilusória também.

Uma das maiores dificuldades dos nossos tempos é aceitar a realidade. Se pararmos para pensar, nos venderam a ideia que a verdade é relativa, “cada um tem a sua”. Nos convenceram que tudo é questão social, que as coisas são assim porque alguém, um dia, quis que fossem e cabe a nós desconstruirmos isso. Comprando a ideia, relativizamos tudo, esperamos as coisas mudarem, a grama deixar de ser verde, o céu passar de azul para lilás… e não saímos do lugar.

Depois de viver um tempo dessa mentira escrita em papel sem vida, descobrimos que existe uma existência e uma eternidade que são verdadeiras. Com isso, vem a consciência de que nem tudo pode ser como queremos e nossa vontade não muda o que as coisas são naturalmente. Há problemas e há alegrias, por mais que a realidade que nos cerca e os problemas que nos toquem pareçam caóticos. E, com a ótica certa, nos tornamos capazes de valorizar de fato as alegrias que nos alcançam – apesar dos problemas.

Quando criamos o hábito de olhar demais para as coisas equívocas, corremos o risco de nos tornarmos murmuradores e nunca sorrirmos de verdade. Nos tornamos aquele tipo de gente chata, que reclama de tudo e se torna profeta da desgraça, por pura incapacidade de reconhecer que há perrengues, há pedras no caminho, mas há muita graça também – e, por ela, vale a pena sorrir de vez em quando. Até Deus, quando se encarnou, ofereceu uma paz que sobrevive no meio das perseguições. Por que nós, então, não podemos aplicar essa lógica para encontrar alegria no meio do nosso caos?

Eu também queria que minha vida não tivesse alguns perrengues que tem. Mas eles estão aqui, evidentemente na minha frente, de modo que não é opção negá-los. Por outro lado, há muita coisa linda e boa acontecendo. O que custa dar peso maior ao segundo e usá-lo como antídoto para conter o primeiro? Custa hábito. Hábito tão singelo e simples como acordar de bom humor e entender que o sol se pondo não é pretexto para se entorpecer de entretimento barato e afogar as mágoas em açúcar, mas convite para olhar um degradê bonito no horizonte e perceber que a vida tem sua beleza, mesmo quando tudo vai ficando escuro.

Júlio Hermann.


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