Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Have You Ever Seen The Rain)
Eu gostaria que você se acostumasse a ter paz.
Você pode me questionar afirmando que me iludo por acreditar em uma existência sem altos e baixos, sem problemas para resolver antes das seis da tarde de sexta-feira, sem boletos maiores do que o saldo da conta bancária prestes a vencer – mas não é nisso que acredito. Pode colocar o dedo na minha cara e dizer que prego irrealidades por aí, que quem dera a vida fosse simples, que preciso apanhar um pouco mais da vida para aprender a viver de verdade – e eu continuarei desejando que você se acostume com a paz.
Você não entende – me repete. Eu dou de ombros. Entendo sim, mas você insiste em dizer que as coisas que eu te falo não seriam possíveis se eu tivesse os seus problemas ou os problemas de quem é mais ferrado na vida do que você. Que seria fácil-fácil eu mudar de opinião se tivesse alguma coisa que me tirasse o sono na hora de dormir, me fazendo rolar de um lado para o outro da cama, até enjoar de trocar confidências com o travesseiro e acabar dormindo vencido pelo cansaço.
Eu entendo, já te disse – entendo tudo o que me disseste. Mas não concordo em plenitude.
É claro que há situações e problemas que nos deixam de cabelos em pé, coração acelerado e cabeça a mil – sobretudo quando a solução é difícil e nosso futuro depende completa ou parcialmente disto. Nisto eu concordo com você. Porém, uma boa parte das nossas questões, medos e angústias não merecem o peso que damos a eles. Devemos enfrentá-los, sim. Precisamos colocar esforço em resolver tudo sem deixar pontas soltas, mas não precisamos necessariamente perder a leveza de viver por isso.
Uma grande novidade da Páscoa – tempo que estamos celebrando – é que o Senhor nos oferece a paz, mesmo no meio das perseguições. Mas você entende que tipo de paz é essa? Não é uma vida que parece mar de rosas, com calmaria o tempo inteiro. É tempestade, medo, questões a resolver e leões para matar todos os dias – como em todas as outras situações –, mas com um coração inteiro e na graça. E tudo isso com uma consciência tranquila e pronta para fazer o que é certo, sem se cobrar em demasia pelo que independe de nós.
Agora faz mais sentido para você?
Quando digo que gostaria que você se acostumasse com a paz, é porque quero seu coração enfrentando os perrengues que o tocam com serenidade e um ar alegre de juventude – ainda que algumas coisas possam vir a te tirar do sério. Afinal de contas, o mundo ao nosso redor cai com menos força quando estamos inteiros por dentro. E o Cristo que ressuscita hoje te convida a uma vida assim: integral, forte, de pé; com os olhos na eternidade sempre que as mãos estiverem tocando em algum espinho da vida.
Júlio Hermann.
Feliz Páscoa do Senhor.
Se você quiser se inscrever na minha newsletter e receber as conteúdo exclusivos clique aqui. É de graça.
Crédito da foto: aqui.