A agonia da dúvida

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Mrs. Robinson)

Eu acho que você deveria se doer menos por enfrentar a agonia da dúvida. O processo de ter os próprios projetos desconstruídos é quase tão natural como respirar. Sonhamos a vida, estabelecemos metas, moldamos uma visão justa e adequada da realidade que nos cerca, e parece que o mundo vem e nos toma tudo isso: ficamos sem saber para onde ir. Sobra frustração, medo, desânimo de começar outra vez.

A primeira coisa que eu quero te dizer é que não há fase da vida que seja estática. Você pode ser jovem e ter seus sonhos roubados, pode ser velho e descobrir que as coisas que você tinha por verdadeiras talvez não o sejam. Pode descobrir cedo ou tarde determinadas verdades, mas, independente de quando for, não sairá com o peito ileso. E, sabe de uma coisa? Está tudo bem.

O processo de viver e crescer envolve padecimento. Não que se sofra tudo passivamente, esperando a angústia e se jogando de cabeça na intensidade que ela propuser. Mas o passo a passo para se tornar alguém adulto – não só na idade, mas no coração e na alma – passa por abraçar de maneira adequada as cruzes que nos tocam. É pelo esforço e pela ascese que se alcança a virtude, se vence os vícios e se aprende a identificar o belo e o alegre da vida no meio do monte de possibilidades vazias e efêmeras que o mundo nos oferece.

Segundo, quero que você entenda que a transição do outono para a primavera das nossas dificuldades compreende deixar morrer em nós o que não nos cabe. Nós entramos na semana mais importante do ano, e você sendo cristão ou não, o Senhor dará Sua própria vida na cruz por você na sexta-feira que se avizinha. Antes disso, porém, se despojará de Si e lavará os pés daqueles que ama, carregará o peso agudo da Cruz e se deixará morrer para quitar o preço das nossas dívidas. Tal ato pode valer muito ou pouco para você – não sei. Mas, ao menos como modelo para rever a própria vida, você pode usar essa verdade.

O bom das dificuldades é que elas vêm acompanhadas de um ar novo de esperança, demore a gente a notar ou perceba de pronto. A dúvida chega, sacode o nosso tapete, faz aparecer a sujeira que escondemos no caminhar da nossa existência. E o bom da dúvida é que ela exige uma resposta: para o pecador (e todos somos), o confessionário; para o preguiçoso, um vigor novo; para o triste, o esforço por encontrar beleza na vida e sorrir; para quem está desistindo, um último fôlego para tentar outra vez; para todos nós, um sepultar e ressuscitar novos com o Cristo no domingo pela manhã.

Para enfrentar o processo não é preciso muita coisa, mas é indispensável enfrentar. Um autor do século passado, Pe. José Schrijvers, diz que “para fazer um santo, Deus só necessita de num coração de boa vontade”. Boa vontade. Simples assim.

Pensemos um pouco sobre isso nesta Semana Santa. Para nós, quem sabe, bastaria isso para sair da neblina da dúvida que resulta de um não saber para onde ir: boa vontade e um desejo profundo de conhecer e amar a Verdade – custe de nós o que custar.

Júlio Hermann.

Desejo que sua Semana Santa seja de conversão e vida nova. Faça uma boa confissão. É o tempo favorável. A misericórdia te espera ansiosa. Feliz Páscoa do Senhor.


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