Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Take Control)
A sua cara de aflição diante do espelho não explica as olheiras. O que tem te deixado assim, com o olhar profundo e o coração palpitando tão rápido, rápido mesmo, a ponto de ser visível no reflexo a agonia? Tenho te observado nos horários de trabalho, no intervalo do almoço; tenho visto o tempo que você gasta caminhando de um lado para o outro do corredor ou batendo o pé debaixo da mesa.
Alguma coisa séria está acontecendo, não está?
Eu não sei o nome da sua dor, o rosto da sua saudade ou a aflição que você sente ao pensar sobre o que está por vir. Sei, contudo, que você não está lidando bem com isso. O que te incomoda de verdade? Que verdade você ainda não conseguiu engolir?
Você me diz que eu não entendo, que não sou capaz de adentrar a raiz do seu problema e entender as circunstâncias. Eu sei que não. Na verdade, nem sei ao certo pelo que você sofre. Mas é claro e evidente, como se estivesse impresso em um outdoor de BR, que as coisas não estão bem dentro de você.
Se não há muito o que eu possa fazer para te ajudar a sair dessa, deixa ao menos te contar como eu lido com casos assim. Eu sou do tipo de gente que costuma bater o pé, negar fatos, inventar mil e uma maneiras de se enganar quando tem medo de ver a vida mudando. Acabo me ferindo muito com isso, criando monstros que se escondem nos armários mais escuros da minha mente, fobias que não precisaria enfrentar no dia a dia. A causa? Não conseguir admitir a realidade, não colocar os pés no chão.
De vez em quando alguma coisa que não queremos aceitar acontece nas nossas vidas. Pode ser a perda de alguém, um erro que não nos demos conta e acabamos cometendo, o atestar de que algo que queríamos de coração inteiro não cabe na nossa existência. Percebendo estar errados, teimamos defender nosso território. O que ganhamos agindo assim?
Existem problemas nossos que, com o passar do tempo, se tornam cada vez mais evidentes. Defeitos, más inclinações, pouca aptidão para algo que nos preencheria, saudade aguda. Acabamos escolhendo negar a realidade e fingir que nada está acontecendo, que não passa de paranoia da nossa cabeça. Repito: o que ganhamos com isso? Olhos profundos, noites mal dormidas, um coração aflito com cada vez mais frequência?
Eu sei que é difícil assumir para si uma realidade que não queríamos. Mas é preciso ser maduro e acolher o problema com o nome e os fardos que ele tiver. No começo pode não parecer, mas ao admitir que algo está errado, nossa luta já se torna muito mais leve. Sem tomar consciência da batalha em que estamos, não escolheremos as armas com que lutar. Aí, ao invés de vencermos os problemas, seremos engolidos por eles.
A aflição refletida no espelho não é mais do que um apelo para se mover, sair do lugar, resolver as coisas. Qualquer problema se torna menor quando o pegamos nas mãos. Antes, quando só olhamos de fora e nos negamos a tratar como algo real, só fazemos violência conosco mesmos. E não precisamos disso.
Nosso trabalho não precisa ser pesado, nossas relações também não. Mas para isso é preciso negar menos os fatos e abraçar mais a realidade que se apresenta diante dos nossos olhos. Dói, mas com o tempo nos acostumamos. Quanto mais luta, mais força. Mas é preciso querer. Primeiro querer. E eu não posso te obrigar a isso.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.
Texto que abraça.
Amo Júlio Hermann
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