A ilusão do amor como rosas

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de You’ll never walk alone)

Eu sei que você escolheu amar por aquela aparência de café recém passado em manhã de inverno: poético, agradável, capaz de aquecer o coração e dar vigor ao dia. Há um quê de bonito nisso. Todos nós temos o direito de sonhar com uma história assim. Porém, seja o afeto de um pai por um filho, dois amigos ou irmãos, seja de um casal que se encontrou e resolveu construir a vida juntos… não é sempre assim.

Eu arriscaria a dizer, por mais que essa sensação seja parte fundamental, quando se limita somente a isso não podemos colocar o rótulo de amor ainda. É preciso esperar um tempo, deixar a vida bater um pouco, as dificuldades mostrarem o próprio rosto e então definir o que de fato o sentimento é.

Compreender o amor em profundidade é entender que a maioria dos dias não será exatamente bonito. Haverá perrengue, mal humor, problemas a serem resolvidos, a própria história com suas dores e a história do outro. Cada coisa cobra seu preço no cálculo final. Seu trabalho pode ser pesado e o do outro também, ele pode dar atenção a coisas que você não dá e tantos outros detalhes – pequenos e grandes. Vez ou outra um dos dois se machuca feio – no corpo, na mente ou no coração. E por mais bonito que seja caminhar junto e se ajudar, não é exatamente agradável o processo.

Por isso que eu acho equívoco chamar de amor um sentimento por qualquer pessoa que faça acender nosso lado romântico. Primeiro, porque o amor não é necessariamente romântico. Se fosse, familiares e amigos não se amariam. Depois, porque uma coisa é sentir atração pelo que a pessoa parece ou nos oferece, outra coisa é amar quem ela é. O amor precisa compreender a totalidade. Isso é muito, já que implica amar as dificuldades e potencialidades do outro, e ainda esforçar-se por fazê-lo crescer no que se percebe que pode.

Deste modo, não tenho medo de afirmar que há mais amor num irmão que corrige erros e num amigo que ajuda o outro numa fase difícil da vida e aceita as renúncias que para isso é preciso, do que nunca troca de sorrisos e olhares apaixonados em qualquer canto do centro de uma cidade qualquer, por mais apaixonado que o casal seja. O motivo é simples: os dois primeiros não só custam, como precisam ser fortes e ternos o suficiente para continuar a existir e se fortalecer no processo.

Um amor autêntico é, antes de tudo, um amor provado. Até lá podemos especular, nos perguntar se realmente é e se atende aos requisitos necessários. Afirmar antes do tempo seria colocar os pés pelas mãos. Quer entender melhor? Olhe ao seu redor. Contemple a Cruz na sua parede, os nãos que você ouviu dos seus pais e dos seus irmãos, os puxões de orelha dos seus amigos, as renúncias que fizeram para te ajudar. Não há muito amor aí?

O resto, até pode ser amor. Mas pode ser também apenas coceira no coração.

Júlio Hermann.


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Crédito da foto: aqui.

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