Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Drowning)
Eu queria que fôssemos menos mimados, sem a mania chata de achar que os outros nos devem alguma coisa ou que a vida precisa ter um script fechado e sem grandes imprevistos pelo caminho. Mas fomos educados a esperar respostas do mundo, estabelecermos metas mirabolantes, sermos bem sucedidos. Pouco nos contaram sobre a vida de verdade, as manhãs de segunda-feira, as horas perdidas no ônibus, os boletos a serem pagos.
Com o passar do tempo, até nos acostumamos a isso. Nos damos conta de que a vida acontece quando pegamos as responsabilidades no colo e levamos para passear. Mas se dar conta basta? Até onde não tornamos o tomar consciência apenas um hábito novo? Até que ponto isso nos torna independentes?
No fim do ano passado eu escutei em uma homilia que Deus é pai de filhos adultos. Gravei isso no coração e acho que preciso revisitar a memória dessa verdade a cada pequeno intervalo de tempo.
Eu tenho 25 anos na cara. É fundamental que eu analise meu modo de viver a fim de entender se estou agindo de acordo com a idade que tenho e as experiências que vivi, ou se permaneço como um ingênuo aos 18 anos, recém chegado à maior idade e com uma mentalidade ainda adolescente. Sou adulto ou bato o pé e não aceito que existem processos a serem enfrentados na vida? Sou capaz de tomar problemas nas mãos ou arrumo sempre novas desculpas?
Ser um filho adulto, de acordo com o que Deus espera de mim, é compreender que eu preciso assumir as responsabilidades da minha maturidade – e se não estou maduro ainda, amadurecer, claro. Porque não há nada de errado em mudar a vida de curso, mesmo depois de adulto. Podemos ter feito a escolha errada no início da faculdade, e é menos problemático recomeçar do zero de um lugar novo do que ser infeliz em uma carreira que não nos diz respeito. É melhor pedir demissão depois de anos bem-sucedidos, se isso não faz mais sentido a quem somos, do que sustentar uma infelicidade em virtude de um bom salário.
Quando eu digo que somos mimados é porque temos a triste mania de esperar que nos digam o que fazer. E claro que hora ou outra chegará alguém que nos abrirá os olhos e nos dirá a obviedade que não queremos ver. Mas por que é tão necessário que nos digam? O que nos impede de colocar os pés no chão agora e fazer a vida acontecer?
Eu tenho um quatro de século vivido. Se isso não me ensinou o mínimo necessário para fazer escolhas, renúncias, projetos, não sei o que ensinará. Continuar agindo como um adolescente é um caminho viável, basta dar de ombros e se deixar levar pela maré. Pode-se morar sozinho ou ter casado e estar rodeado de filhos, mas vivendo a mesma ilusão de achar que alguém tomará as decisões difíceis por nós. O externo muda quase nada. Então, até que ponto vale a pena?
Nada contra quem age assim. Só que, como Deus, as pessoas esperam que ajamos de acordo com a idade que temos. Por isso, no que depender de mim, quero colocar as mãos nas ferramentas e consertar o que carece de reparo em mim. Ninguém fará no meu lugar. Seria mais cômodo se fizessem, mas não é assim que funciona. O futuro da minha história depende disso. Mas preciso ser menos mimado. Talvez não consiga hoje, amanhã sim. Contudo, é necessário começar a tentar agora.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.