Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de The Open Road)
O seu olhar distante parece procurar por alguma coisa perdida em algum canto de você mesma. Eu vejo isso pelo fato de as pupilas parecerem pequenas, bem pequenas, como se há muito não se dilatassem de verdade por alguma realidade que ama. Estou certo? Ou me engano quando digo que talvez você tenha deixado de buscar o que sempre quis encontrar?
Eu entendo que as pessoas te veem e comentam de você. O tanto de coisas que você posta, o tanto de gente que responde às suas palavras – tudo isso é perceptível para qualquer pessoa que não seja naufrago numa ilha deserta. Mas não entendo o porquê você faz tanta questão disso, o porquê ter um holofote sobre o próprio rosto é tão importante para você.
O que te obriga a viver assim?
Infelizmente uma época de superexposição parece nos forçar a fazer coisas que não queremos por uma espécie de aprovação social qualquer. Queremos que alguém em especial note a gente, desejamos que as pessoas lembrem do nosso rosto como algo a admirar, ansiamos por ser imitados enquanto fazemos nossas máscaras que nem nós gostamos de usar. Tudo porque o mundo parece caminhar de um jeito que não se pode deixar de acompanhar…
Jogamos por água abaixo nossas próprias personalidades com isso.
Eu sei o quanto é duro decidir não buscar ser alguém importante aos olhos dos outros. É preciso muita coragem para renunciar a necessidade de se destacar o tempo inteiro. A ausência de pessoas ao nosso redor nos mimando, o número de mensagens recebidas baixando cada vez mais, a quantidade de convites para fazer sei-lá-o-quê sendo menos frequentes… Tudo isso cobra seu preço até nos acostumarmos. Mas não incomoda por muito tempo.
Eu arrisco a dizer que algumas décadas atrás as pessoas eram mais felizes por não terem algumas manias que temos. É claro que as redes sociais são importantes e podem fazer muito bem – foi por elas que você chegou a esse texto –, mas quando fazemos delas um projeto de vida para ancorar nossos sonhos, podemos estar cometendo um equívoco. Vestimos máscaras, inventamos poses, não somos exatamente transparentes.
A virtude tende a se tornar secundária, a solidão com Deus corre o mesmo risco, outras coisas importantes na vida deixam de estar no centro dos nossos corações. Nosso olhar fica distante, já não vendo o que gostaria de ver.
Os outros até nos enxergam, mas no espelho não nos reconhecemos mais. Até sorrimos com a atenção que recebemos – você não sorri? Mas essa felicidade de papel não vale a autenticidade das nossas vidas.
É uma pena se viermos a pensar que sim.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.