Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de High Hopes)
Quando acontece, nem parece que a perda é de algo irreal.
O sol pela manhã parece menos brilhante no abrir da janela. O canto dos pássaros não é exatamente triste, mas falta aquele aspecto que faz rejubilar. O balanço causado pelo vento parece não tocar as árvores e, quando toca, aparenta ser violento demais.
Os olhos no espelho são profundos, dando a impressão de que a noite inteira foi de luta contra o sono. As rugas na bochecha marcam o travesseiro que apertou forte o sentimento contra o rosto, mas não concedeu conforto. As pernas pesadas, o peito aflito, o pensamento distante.
Algo falta. Alguma coisa já não existe. A vida está diferente, mesmo sem ter mudado nada.
Este é o sentimento que invade o coração de quem perdeu o que nunca teve. Sabe aquele vazio que brota quando não somos a pessoa amada de quem amamos? Quando algum sonho nosso passa a se tornar impossível para a vida que vivemos? É mais ou menos assim.
Somos sonhadores, o que é muito bom. Mas às vezes calha de reduzirmos nossas vidas e tudo o que fazemos na busca por algo que não nos pertence ainda – e pode vir nunca a pertencer. Nossas escolhas, nossas atitudes, o modo como nos vestimos para sair na rua e as coisas que abdicamos em nós mesmos na esperança de um dia conseguir.
Pode dar certo, pode não dar. Quando acontece o que não queremos, acordamos assim, com a cara de um luto insistente que não tem exatamente fundamento, mas não deixa de fazer sofrer.
O que é preciso para vencer essa ressaca? Colocar os pés no chão, eu diria.
Sonhar outra vez, sim. Mas sonhar com a consciência do que é realmente concreto e do que é apenas expectativa nossa.
No fundo, sabemos que não se perde o que não se tem.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.