Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Hold Onto Me)
Encontrar um amor é uma das coisas mais difíceis do mundo. A fase de se apaixonar por alguém pode ser igualmente divertida e angustiante. Ficamos um pouco paranóicos, apreensivos, em constante postura de sentinela para ver se a tal pessoa não está escapando do nosso alcance. Mas raramente dá certo. E a culpa geralmente é nossa.
Um dos equívocos da nossa geração é transformar todo relacionamento em algo passageiro – você sabe; descartamos os outros em uma atitude infantil, sem precisar fazer muito esforço para isso. Mas existe um outro erro sútil, mais difícil de nos darmos conta: quando nos apaixonamos, transformamos o nosso mundo na tal pessoa. Com isso, deixamos de ver o outro como alguém com quem trilhar um caminho, e o colamos no fim da estrada.
Somos ansiosos, queremos pular processos. Claro que depois do sim diante do altar, quando o padre pergunta se é para sempre, temos que transformar a felicidade do outro em projeto de vida — mas uma felicidade verdadeira, que aponte ao céu e na qual se caminhe junto para lá. Antes disso, quando ainda é tempo de conhecer qualidades e defeitos, manias e trejeitos, visões de mundo e sonhos de futuro; quando ainda não se sabe mais do que o nome e o modo como a pessoa se apresenta diante de nós, é ingenuidade e imprudência transformar o outro no centro das nossas vidas.
E quantas vezes fazemos isso, inocentemente achando estar agindo certo?
Perdemos amigos por amores que chamamos por esse nome, mas nem chegam a ser amor verdadeiro ainda — o tempo não fixou as bases no edifício do nosso coração. Brigamos com nossa família porque a tal pessoa parece saber mais sobre nós e ter melhores conselhos do que quem viveu a vida inteira conosco. Deixamos de lado compromissos de trabalho, coisas do estudo, a vida de oração, porque o outro agora toma nossa mente em tempo integral. Transformamos a tal pessoa em tudo, chegando até a dar o lugar de Deus de vez em quando.
Ingenuidade tremenda, não? Mas nem nos damos conta quando estamos nesse erro… Ficamos cegos, porque a aparente luz do outro nos ofusca a vista e só vemos a tal pessoa, o tal sorriso, os tais trejeitos. O resto parece se desfazer ao nosso redor.
Louco, não?
Mas, calma, eu não quero demonizar o ato de se apaixonar. É lindo se interessar por alguém e buscar conhecer a tal pessoa. Mas é preciso entender que há processos: colocar o outro num pedestal não é caminho justo, é estrada que leva a perdição. É preciso se apaixonar de um jeito racional: com o pressuposto de que o outro tem qualidade e defeitos, pode nos fazer bem e pode nos decepcionar, e está tudo bem.
O que acontece, no entanto, é geralmente o contrário: vamos com tanta ansiedade atrás do tal alguém, que colocamos os pés pelas mãos, ferimos pessoas e nos ferimos também, porque a vida não funciona assim fora dos filmes. E então não dá certo.
Se apaixonar é preciso, mas com prudência. Se adiantarmos processos e transformarmos o outro no centro de nossas vidas, estaremos deixando de lado a nós mesmos e esqueceremos que amar alguém é caminhar para o céu com a tal pessoa. Pena que tantas vezes invertemos as coisas e caminhamos sozinhos para servir o tal “amor” que está sentando num trono de papelão improvisado no nosso coração.
Júlio Hermann.
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Crédito da foto: aqui.
Meu querido amigo, acabei de ler seu texto e me encantou a maneira tão objetiva de como você descreveu sobre “paixão”. Pra mim que já vivenciei penso exatamente assim. Parabéns pelo excelente texto.
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