Saber lidar com a saudade do passado

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Trem Bala)

Na semana passada um professor meu dia que o passado é eterno. Filosoficamente falando, não parece fazer muito sentido essa frase. Eterno é o que não tem início nem fim, certo? Mas ele está lá, sempre com o tempo delimitado, sobretudo quando se trata da nossa vida. Porém, se deixarmos a categorias teóricas de lado, faz total sentido: de ontem para trás nada mais muda. Permanecerá assim para sempre.

Pensar sobre isso pode ser assustador ou libertador, ambos na mesma proporção. Posso olhar o passado como um amigo que ensina ou como alguém que me acusa. Encontrar a maturidade e o meio termo para compreender que somos mais do que nossos erros e a vida acontece agora é um desafio, ok, mas do qual somos capazes. Agora, e quanto à saudade? O que fazer com a falta do que se foi e não retorna mais?

Comecei a pensar sobre isso ontem depois de uma leitora sugerir este tema. Lembrei de pronto dessa música famosa. Olhei para minha incapacidade de voltar o relógio e para a minha capacidade de dar um jeitinho de fazer algo acontecer de um modo não-cronológico. Pensei nas pessoas que estavam no passado comigo e permanecem aqui agora. Lembrei também que não sou mais criança, adolescente, quem era. Mas posso tornar presente coisas que eram minhas lá atrás.

Uma das maneiras mais bonitas de lidar com a saudade é criar memórias novas. Não se trata de colocar novas histórias sobrepondo as anteriores, mas convidar as mesmas pessoas que amamos para fazer coisas diferentes. Eu sou adulto, mas o que impede de convidar meus pais para irmos a um parque de diversões num domingo? Ou minha irmã? Ou um amigo ou colega que tive lá atrás? Não voltarei a ser criança nem reviverei o que ainda lembro, mas terei algo novo para recordar no futuro, quando o hoje virar eterno como um novo ontem. Tudo isso é possível. E o mesmo vale para o que aprendemos a amar ao longo dos anos e permanece ainda agora conosco…

Se o que nos aperta o peito é saudade irrevogável, como de alguém que já morreu, podemos imprimir novas fotos e colocar em porta-retratos, revisitar lugares que fomos com eles e pintar quadros com seus rostos. Não tem o mesmo efeito, nem ameniza a saudade, talvez até a deixe mais latente, mas torna presente a memória bonita do outro.

Existem coisas que não mudamos, como o passado. Mas existem outras que podemos tornar concretas agora, com ou sem saudade. E, se pararmos para pensar, a dor da falta mostra que valeu a pena lá atrás. Mas o presente também precisa valer. E isso depende de nós. Cabe a você e a mim tornarmos o hoje bonito a ponto de dar vontade de voltar para ele quando ele também se tornar eterno.

Júlio Hermann.


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Crédito da foto: aqui.

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