Se acostume com a solidão

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Have you ever seen the rain?)

Você deve ter estranhado o título deste texto. Eu não te julgo. Durante a vida inteira pintaram para você a imagem de que a solidão é ruim. “É preciso ter alguém”, “se isolar faz mal”, “você vai terminar se acabando se acostumar-se a viver uma vida sem ninguém”. Verdade, em partes: é fundamental ter gente por perto, ninguém é autossuficiente. Mas não é exatamente como te contaram que a vida funciona.

Se você não sabe lidar com a solidão, provavelmente algo não vai bem.

Nós vivemos em uma época de dependência emocional fortíssima. Duvida? Responde a você mesmo o que o silêncio faz com sua mente. Você consegue chegar em casa ao fim do dia e ficar meia hora sem pegar o celular, ligar a televisão, entorpecer a cabeça com alguma coisa? Imagino que não. E isso é comum, somos reféns. Eu mesmo sou desse jeitinho. Basta que eu fique uma noite sozinho para sentir o peso da solidão que o silêncio parece trazer. E tomo a sensação por verdade, mesmo não sendo. Perco a oportunidade de me encontrar e encontrar-me com Deus naquele pequeno espaço de paz no meio do turbilhão do mundo…

Mas, okay, não somos educados para isso. Nos falta essa intimidade conosco mesmos.

Contudo, essa fuga não é menos problemática por termos pouca culpa no cartório… Deixar-se levar por ela vai gerando em nós o medo da solidão e a necessidade constante de estímulo ao nosso cérebro: um filme enquanto se janta, ou uma rede social escancarada na frente dos nossos olhos enquanto o relógio corre, ou a atenção vidrada em algo ou alguém em tempo integral. Buscamos meios e meios de não estarmos a sós, para não ficarmos sem nada que nos ocupe, a ponto de acabarmos colocando os pés pelas mãos e tapando sóis com peneira. Parecendo resolver tudo, sem resolver nada.

Nenhum extremo é correto: nem a ausência de solidão, nem a solidão total – Into the wild já nos apontava isso. É preciso encontrar a medida. Não há problema em ter gente por perto, partilhar a vida. Mas se você e eu somos incapazes do silêncio, corremos o risco de transformarmos as pessoas em muletas, nas quais nos apoiamos para fugirmos de nós mesmos.

É lindo ser do tipo de gente que pode ficar conversando com alguém do início ao fim do dia. Mas isso ganha um valor ainda mais profundo se somos capazes de, se preciso, ficar um pouco a sós sem sentir a cabeça enlouquecer. É fundamental até.

Sabe a velha lógica que os santos contam há tantos séculos: “ninguém dá o que não recebeu”? Vale muito aqui.

Por falta de solidão, você corre também o risco de conhecer gente do bem e oferecer todas as caricaturas bonitas que conhece, menos a você mesmo, por, no fundo, não se possuir.

Júlio Hermann.


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Crédito da foto: aqui.

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