A triste mania do “vou ver e te aviso”

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Take Me Home, Country Roads)

“Detesto gente enrolada”, você diz por aí. Eu acordo, assinto mentalmente e concluo sobre mim a mesma coisa. É chata a personalidade de quem fica em cima do muro o tempo inteiro, postergando para depois algo que pode ser resolvido agora. A pessoa pode ser incrível, claro, mas basta um “vou ver e te aviso” para gerar um alerta de saturação no meu “pacientômetro”.

No fundo, não gosto porque sou assim também.

Geralmente, quando dizemos “vou ver e te aviso” já sabemos que vamos dizer não. Deixamos o veredito para depois a fim de não sermos chatos, não precisarmos justificar, não decepcionar de cara. “Ah, mas ele ao menos pensou com carinho”, o outro deduz. Mas quantas vezes pensamos mesmo? Sei que não é sempre assim, mas na maioria dos casos já diríamos “não” desde o início, só resolvemos esperar a poeira baixar para não passar por desinteressados.

A indecisão não é o problema, o problema é postergar algo quando já sabemos se queremos ou não. Pensar um pouco e decidir é justo, prudente até. Se não temos certeza, é o melhor modo de se agir. Mas, se já sabemos a resposta, o que justifica o mistério? Medo de ferir o outro? Fuga de um desconforto momentâneo? Geralmente escolhemos um ou outro como motivo, o que é uma pena, já que deveríamos ser mais maduros quanto a isso.

São Tiago, na sua carta, pede que nosso sim seja sim, nosso não seja não. O que parece ser um pouco de brutalidade ou pulso firme na verdade é só um apelo por uma decisão madura. Ou é sim, ou é não. E vale para quando nos convidam com empolgação para algo ou quando acontece só por obrigação social mesmo: não se trata de fingir ver e avisar depois, mas de ser honesto para não criar expectativas falsas.

Não podemos fingir interesse quando já sabemos que a resposta será negativa. Basta dizer a verdade, agradecer, pedir desculpas e seguir em frente. Não se trata de dar desculpas – isso nos faria mais infantis ainda. Mas de pedir desculpas mesmo, dando os motivos reais ou apenas negando com um “foi mal, não vou dessa vez”.

É simples. Simples e difícil, porque não conseguimos conviver com a ideia de precisar dizer não.

Uma pena, novamente. Se fôssemos mais diretos e rápidos na nossa honestidade, pouparíamos tempo, neurônios e corações – nossos e dos outros. Calha, infelizmente, de sermos aqueles que reclamam das indecisões alheias, mas fazem igualzinho quando deveríamos dizer um simples e direto sim ou não.

Júlio Hermann.


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Crédito da foto: aqui.

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