Oi, sê bem-vindo. Esse texto é uma pequena homenagem a minha mãe, que hoje completa 50 anos. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Saving Grace)
Eu queria ter o teu abraço para descansar em uma noite fria como essa, mas não o tenho. Sorte a minha que um coração que ama ignora a geografia, então tenho o teu comigo. Quando acordo, quando como, quando estudo, antes de dormir. A constante presença que não se vê, não se toca, mas se mantém viva e forte na mente.
Nas primeiras vezes em que eu cai e ralei o joelho, você assoprou a ferida. Noutros machucados, beijou minha pele afirmando que logo ia passar – às vezes a dor persistia, é verdade, mas do coração para dentro não cutucava tanto assim. Nas primeiras vezes em que sai sozinho, eu poderia apostar que era um sermão o tanto de recomendações que você me dava, mas era só amor. Eu não entendia, mas era amor. Entendia tão pouco que tantas vezes te feri por não confiar nele.
Mãe sempre sabe, você dizia. E sabe mesmo. Até do outro lado da linha, noutro canto do país, você sabe que as coisas não vem bem pelo meu tom de voz.
Se não fossem os limites que acusam o meu mapa nem o tempo no relógio que parece atropelar depressa os meus minutos, eu te abraçaria hoje. Agradeceria pelas vezes em que não agradeci quando era mais novo ou por quando esperneei para que a minha vontade imposta se realizasse. Agradeceria os cafés da manhã, os terços que rezamos juntos, as caminhadas que fizemos, os choros que choramos, os filmes que assistimos. Compactaria cada momento bom contigo em um segundo, e passando um dia inteiro ao teu lado talvez faltasse tempo. As coisas contigo são sempre especiais.
Mas eu não posso. Não de verdade, abraço no abraço.
Mas, existem responsabilidades e virtudes que acompanham aqueles que ocupam lugares de honra nos nossos corações. De ti, em mim, há muita coisa boa espelhada e viva. Basta que me olhem para verem um pouco de quem tu és.
Sinto falta do abraço, das conversas, do zelo que sempre queria o meu bem, ainda que isso talvez me desagradasse. Sinto falta do teu aperto, mas não de ti. Okay… Sinto falta de ti, na verdade. Mas não deveria, já que te tenho sempre perto.
Passe meio século, passe outro, é sempre alegria de Páscoa na minha vida quando te reencontro. E quis Deus assim, que de outro canto do país, eu escrevesse essas palavras singelas para abraçar a ti, mãe, nestes teus cinquenta anos de vida.
Júlio Hermann.
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