A única coisa que você pode oferecer é amor

Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a ser melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛


(Leia ao som de Spend It With You)

Os últimos dias foram um pouco difíceis para mim. Meu avô, uma das pessoas que eu mais amo na vida acabou falecendo. Em paz, graças a Deus. Porém, longe da família, eu chorei bastante. Deixei as lágrimas escorrerem, solucei um pouco, mas não perdi a paz. A fé em Deus ajuda nesses momentos e o fato de ele ter recebido os Sacramentos tranquiliza muito. Para completar, a ausência de um sentimento de “poxa, poderia ter feito diferente”, torna a luta mais fácil.

Eu sofri de saudade, mas não de culpa. Meu avô morreu com a certeza de que o amávamos muito.

Quando a gente vai estudar mais profundamente o ser humano e o comparamos com todos os outros seres existentes, descobrimos que existem faculdades que são próprias da alma humana. A memória, essa capacidade que a alma tem de reconhecer-se amada e armazenar isto, não se vai com o corpo. Depois do juízo, acompanha a gente no céu, no inferno ou no purgatório. E, como a gente não mediu esforços para fazer meu avô se sentir amado, não temos o que lamentar.

Meu pai, durante toda a sua vida, gastava horas dos seus dias e semanas com meu avô. Ou o visitava, ou passava noites inteiras com ele ao telefone. Eu, quando podia, o abraçava, levava de um lugar a outro, beijava, fazia cócegas, incomodava, ligava. Minha mãe comprava as coisas que ele gostava de comer sempre que nos visitava. Minha irmã dava todo o afeto do seu coração igualmente. O resto da família fazia parecido, a seu modo, sobretudo no cuidado nesses últimos dias de doença.

Isso ele levou consigo.

Existe um ditado popular que diz que caixão não tem gavetas. É uma daqueles apelos singelos e verdadeiros para não investirmos tempo e coração no que é material. Mas, por sorte nossa, o amor não cabe em gavetas. Não demanda espaço, não se perde nas caixas dos processos de mudança. Ele é. E como é, e passa a fazer parte da gente pela memória, vai junto conosco quando partimos.

Por isso, choramos sem perder a paz. Ele está no céu sabendo que a gente o ama.

No seu aniversário de 80 anos, quase uma década atrás, demos uma camiseta do Inter para ele. Ficou conosco. As outras roupas com que o presenteamos, as fotos que imprimimos, os livros meus que dei. Tudo isso está ao alcance das nossas mãos. O amor não. Foi a única coisa que oferecemos, repetidas e repetidas vezes, e permaneceu.

Júlio Hermann.


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Crédito da foto: aqui.

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