Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a amar melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de If I Go, I’m Goin)
Suas olheiras estão imensas, mas não é você quem consegue medir a profundidade. Você acorda pela manhã, lava o rosto, escova os dentes, entra debaixo do chuveiro; faz uma prece para o dia ser bom, pega alguma coisa para comer no caminho e bate a porta de casa antes de correr e precisar bater o ponto da manhã.
No escritório é a mesma coisa. Os outros veem seus olhos profundos, você analisa friamente cada um deles e suas dores. Pergunta como fulana consegue continuar saindo com o namorado que a trata mal; se lamenta por ciclano que foi abandonado por um amor em plena esquina de casa numa quarta-feira. Mede as desgraças deles, agradece por ter uma vida mais estável e sobrevive a um dia inteiro fazendo coisas no automático, porque o amor ficou na cabeceira com seu romance barato.
Então você chega em casa e entorpece a própria mente com vídeos amadores na tela do celular. Duas vezes por semana inventa de convidar alguém da época da escola ou da faculdade para sair, querendo xingar a vida enquanto toma alguma coisa que faça a garganta queimar. Queria que fosse mais vezes por semana, mas falta grana. /Não tem como fazer tudo com vinte e poucos anos/ – você pensa e concorda.
Chega em casa de novo, tira a maquiagem e se deita na esperança de dormir logo. Mas não se olha, outra vez.
No seu medo de descobrir que algo não vai bem, você foi se esquecendo de olhar para você mesma. Se olha no espelho, mas não se pergunta se a obra prima de Deus que você é pode ser tão sem rumo assim. Se contempla, inventa um sorriso, mas não se pergunta se o que vive é uma felicidade ou uma caricatura. Chega a dar amor demais aos outros, mas cuidar de si que é bom, nada.
Eu te entendo. A nossa própria companhia costuma ser desagradável porque nos conhecemos pouco demais. Nossas olheiras são imensas, mas não tiramos um fim de semana para nos desligarmos do mundo e darmos um jeito nelas. Preenchemos nossos momentos com alguma coisa o tempo inteiro: um vídeo, alguém, o cachorro que precisa passear ou a desgraça alheia pela janela de casa.
Muito do mundo, pouco de nós. Não tem como dar certo.
Porque se cuidar é o requisito para ser capaz de cuidar de alguém. Mas se nós já costumamos perguntar como os outros estão com desinteresse, quanto mais não ignoramos a nós mesmos, a quem nem questionamos como as coisas realmente vão?
Mas tudo bem, amanhã a gente se lamenta menos pela dor alheia e olha mais para as nossas. Amanhã. Por que não agora?
Júlio Hermann.
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Eu li, e me achei na obrigação de agradecer por esse texto. Parece que você lê a gente! É muito incrível !
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