Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a amar melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de Someone Like You)
Ser madura foi uma coisas mais dolorosas que você já fez. Por fora você estava lá, sendo durona, dizendo na cara dele que as coisas não poderiam continuar como estavam porque vocês estavam se matando aos poucos. Num dia você cobrava justificativas, noutro ele jogava na sua cara as coisas que você disse em 2017. Não dormiam uma noite sem desejar boa noite, mas quantas vezes era da boca para fora?
Ele inventou um fim de semana no meio do mato para acampar com os amigos e fugir um pouco de você. Claro, ele poderia bater a porta e ir embora da sua vida de uma vez por todas, mas não era isso o que ele queria. Você também não. Queriam mesmo era ter espaço para respirar e pensar em um projeto elaborado, contratar engenheiro, consultar arquitetos para encontrar a melhor forma de manter de pé o edifício que eram.
Mas não era questão de reforma.
Então você chamou ele para um café da tarde e resolveu interpretar um papel difícil demais para quem nunca fez teatro: o de ser dura e dizer que acabou. Por fora você estava lá, com os olhos cerrados, fazendo força para não chorar e escancarando uma frieza que não existia do peito para dentro. Mas era necessário, o último ato antes de acontecer um desastre maior: vocês se evitarem para sempre.
Passou pela sua cabeça as promessas, as partidas de damas e as garrafas de vinho que vocês tomaram em pleno maio – e maio havia passado não fazia tanto tempo assim. Os flashes vinham, você engolia em seco. Queria tingir os lábios mais uma vez, comer no sofá uma massa barata feita na sexta à noite, mas não resolveria as coisas.
Ser madura era pegar o desejo todo de estar junto e confrontar com o atestado de que vocês não dariam certo. Era um dos momentos em que a razão deveria falar mais alto mesmo com o risco de transformar o coração em destroços; era o tal do mal necessário se aproximando de quem tinham sido.
Você chorou, se lavou em lágrimas horas inteiras depois que chegou em casa. O tal café de despedida não terminou até hoje em você. Mas foi necessário. Ou vocês davam um basta naquela hora ou não se suportariam mais.
E ver o sorriso dele agora, tempos depois, com uma dor no coração por não ser o motivo, é menos pior do que não vê-lo mais.
Júlio Hermann.
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