Oi, sê bem-vindo. Espero que esse texto te ajude a amar melhor. Fique com Deus. Boa leitura. 💛
(Leia ao som de District Line)
Sua dificuldade de seguir em frente é a fonte das maiores das suas dores de cabeça, consciência, coração. Seus pensamentos alimentam as crises de afeto do seu peito, não te deixando aceitar que ele foi embora. Não há o que fazer. Ele existe, permanece na sua vida de algum modo, mas não é a pessoa que foi lá no início. E você também não é quem foi.
O seu problema foi ignorar os processos. No início, quando o afeto se manifestava de um jeito mais sensível aos olhos, você esperava por uma profundidade que solidificasse o sentimento. Depois, com o passar dos meses, a presença se tornou mais firme e menos verbal. Você gostou disso, mas passou a sentir falta dos modos anteriores. E então veio a intimidade verdadeira, de chorar quando precisasse, pegar o carro e ir para a fronteira quando desse na telha, atravessar um fim de semana de acampamento sem avisar o mundo do lado de fora. Mas os carinhos do início não eram os mesmos, e isso passou a incomodar.
Seu coração começou a entrar em uma dicotomia estranha. Você estava onde gostaria de estar, fazendo parte verdadeiramente da vida de alguém que importava. Mas sentiu dificuldades de entender que ele era o homem da sua vida, sim, só que a presença do início nunca é a mesma de depois de um tempo — talvez seja até mais intensa, mas não do mesmo modo. Diminuem os presentes, mas aumenta a presença sincera. Diminui a pressa em estar juntos em todo fim de tarde, mas se tem consciência da presença que não se limita ao calendário de um mês.
O amor dele parou de se apresentar em flores, para se transformar em correções transbordando ternura nas coisas que você fazia de errado. Você sentiu dificuldade de entender isso, olhando mais para o que aparentemente havia se perdido do que para o que estava crescendo de bom. Ele te queria feliz, com o coração descansado, disposta a viver, mas você interpretou o conselho dele de não aceitar a nova proposta de emprego como um podar de asas. Você queria ganhar mais, ele entendia que o material não paga a paz nem recupera o tempo gasto com prioridades que não são suas.
E então as coisas foram se perdendo. Ambos caminhando a um futuro juntos, cada um querendo ir em uma direção.
Você sentiu dificuldade de entender que entrar mais fundo no amor exige renúncias dos afetos primários, para que maiores e mais fortes existam. Cobrou coisas que já não faziam sentido, faltas que estavam superadas, medos que tinham sido vencidos. E isso colocou o presente na estante, enquanto você brincava com o passado como se fosse um quebra-cabeças.
Sua cabeça doeu, a consciência pesou e o coração cambaleou e se convenceu de que aquele amor não seria para você. Sua vida queria algo do que tinha se perdido, mas não se deu conta do que de bom tinha surgido das mudanças.
Seguir em frente, superar o passado, era seguir com ele. Mas você não entendeu isso. E ele precisou ir sem bater a porta na saída da sua vida.
Júlio Hermann.
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