(Leia ao som de Hello)
O seu medo de viver sempre a mesma vidinha te fez escolher uma existência que não era sua. Suas noites em claro tinham um quê de saudade, mas você não sabia de quem. Seus cafés da manhã sozinha na cozinha de casa tinham um pedido velado de coragem que você não ouvia. Seus dias inteiros conferindo os ponteiros do relógio para se libertar da rotina indicavam que algo estava errado.
Você viveu meses naquela espera que a gente não sabe exatamente sobre o que é, mas vive de vez em quando. Sua vida não era ruim, seu coração não ia mal a ponto de você precisar de remédios controlados para conter os pensamentos, mas você queria mais. E queria tanto e estava tão impaciente que acabou preenchendo a própria vida de migalhas.
Acabamos fazendo isso muitas vezes. Abraçamos vocações, nos relacionamos com pessoas, frequentamos compromissos sem antes tirar um pouco de tempo para perguntar a Deus se é assim que devemos caminhar. Então nos frustamos com rotinas que não cabem nas nossas vidas, gastamos nossos corações em uma aparência de amor que já não preenche os vazios, vamos fisicamente a lugares em que nossos peitos são barrados na porta.
E nos acostumamos.
Podemos viver anos inteiros em vidas de mentira, escondidos na sensação de que se está fazendo algo de bonito. Mas a ideia de se estar indo a algum lugar não garante que o destino esteja certo.
Se você percebe que talvez esteja vivendo uma vida que não te pertence, não tenha receio de começar do zero. Quando se pega uma trilha errada, é melhor voltar e começar de novo por um caminho novo do que descobrir no fim da estrada que se foi infeliz.
Você pode estar em paz, caminhando, sorrindo de vez em quando. Mas se seu coração estiver em outro lugar, não valerá a pena.
É melhor voltar do início. Primeiros passos costumam encher a gente de vida.
Júlio Hermann
Espero que você tenha gostado desse texto. Fique com Deus. Que Maria e teu Anjo te ajudem.
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Foto: Toan Le
Júlio Hermann 