O que o amor fez com você

(Leia ao som de Sometimes)

Segurar o choro foi só o primeiro sinal de que algo estava acontecendo. Você sentiu os pêlos dos braços arrepiarem e seus olhos se encherem de lágrimas que você desconhecia. Seus sentidos perceberam o chão abaixo dos seus pés ganhando uma textura diferente — não melhor, não pior, apenas nova. Seu coração passou a acelerar um pouco mais a cada segundo, até que chegou no limite e a velocidade foi diminuindo com a mesma força com que havia crescido.

Os olhos dela não eram exatamente profundos. Você não se perdia neles como as pessoas costumam se perder quando se apaixonam pelo desconhecido. Ao contrário, poderia passar noites inteiras mergulhando naquela imensidão que parecia acessível demais para um cara comum como você. Mas calha de ser assim: pessoas honestas escancaram a própria vida pelas retinas, seu coração só não estava acostumado com elas.

Suas mensagens de bom dia passaram a ter nome, endereço, rosto. Seu olhar no espelho pela manhã passou a ser o seu primeiro grito de liberdade, seguido de uma ducha para acordar seu corpo na mesma medida que o seu coração. Poucos minutos e você estava pleno, porque o amor insiste em deixar a gente assim.

Os japas de segunda, os filmes de terça, o esporte de quarta, os passeios de domingo… Sua rotina ficou tão amarrada e igualmente tão bonita que você passou a olhar a mesmice com afeto. Não era indiferença, mas o sinal de que você havia encontrado uma nova consciência. E quando se sabe o que se faz e por que se faz, nada nunca é igual, ainda que pareça.

Você amou primeiro numa segunda, depois num sábado e dali em diante todos os outros dias.

Segurar o choro foi luta sempre perdida contra uma emoção que já havia inundado você dos pés à cabeça. Sua mente insistiu, mas não adiantou. O amor que te fez ressuscitar numa manhã de domingo para uma vida nova te trouxe como que um novo nascimento. Os sorrisos que você deu naqueles dias foram testemunha de que ter alguém para abraçar nas tardes frias tinha deixado seu coração mais sólido, vivo e expansivo.

É desse jeito: o ato de amar nunca se gasta, sempre se dilata.

E seu coração dilatou assim que viu os olhos dela pela primeira vez.

Júlio Hermann


Espero que você tenha gostado desse texto. Fique com Deus e tenha semana de Páscoa feliz. Que Maria e teu Anjo te ajudem.

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