Eu precisava te deixar em algum lugar

(Leia este texto ao som de Ran Away)

Te deixar no passado não foi exatamente uma escolha que eu fiz. Antes disso eu insisti: nos filmes que assistimos juntos, nos medos que eu enfrentei para passar madrugadas acordado tentando ser algum tipo de fortaleza nas suas crises, nos domingos que eu gastei te ligando da manhã ao fim da tarde.

Busquei gastar todo tempo que tínhamos com algo que fosse agradável ao teu coração, mas não poderia permanecer ali para sempre, daquele modo.

Você foi uma pessoa fundamental na minha vida. Um amor que eu poderia carregar por uma existência inteira, se tivesse forças. Uma amizade com a qual eu poderia ter construído um mundo todo com peças de lego. Uma pessoa-família com quem eu poderia discutir política e amenidades no café da manhã.

Pessoas de todos os tipos marcam a gente: aquelas por quem nos apaixonamos, as que nos mostram um novo caminho, as que nos ajudam nos nossos sonhos, as que moram nas nossas casas. Nem todos precisam despertar qualquer interesse romântico em nós. Quanto a você, eu não sei exatamente o que sua presença significou para mim. Eu sempre fui sincero quanto a liberdade que precisava para enfrentar os meus problemas, mas isso não clareou as coisas.

E foi quando eu precisei cristalizar os detalhes que o nosso convívio ficou estagnado.

Eu precisava amadurecer. E esse processo passava por manter nossos pequenos vícios longe.

Crescer com a distância seria um processo que eu precisaria viver cedo ou tarde. Doeu a ideia de te deixar ali, num canto do passado, sem poder mais te ver numa quinta-feira pela tarde. Mas eu precisava enfrentar. Uma hora o relógio nos atropelaria e não existe adolescente que não cresça, né?

Se te ajudar a me culpar menos, não existia exatamente uma saída: ou eu me colocava a caminhar ou permaneceria do mesmo jeito pra sempre. E isso não era possível.

Com você, entendi que perdas e ganhos são pesos que precisam ser equacionados na balança o tempo inteiro durante a vida. Eu não quis te perder por completo, e foi por isso que te deixei um bilhete com o meu número de telefone novo. Minha vida seria nova, mas existia ainda um pedaço seu nela. Eu poderia te ajudar ainda se você precisasse, só não poderia estar o tempo inteiro ali.

Te deixar no passado foi a consequência da decisão que eu tomei de ser quem deveria ser. Já não era mais aquele que fora outrora, quando te ligava para contar como meu coração pulsava pelas coisas que eu amava. Mas continuei amando você, desinteressadamente e com as forças que podia dispor naquele momento.

Sei que Deus cuidaria de você melhor do que eu.

Que você me perdoe por isso.

Júlio Hermann


Espero que você tenha gostado desse texto. Fique com Deus e tenha semana feliz. Que Maria e teu Anjo te ajudem.

Se você quiser se inscrever na minha newsletter e receber as conteúdo exclusivos clique aqui. É de graça.

*Meu terceiro livro (e primeira ficção) já está em pré-venda. Se você gostou deste texto, tem grandes chances de se identificar com ele.

As duas versões de nós dois (40% de desconto)

As duas versões de nós dois: O amor pode ser uma surpresa | Amazon.com.br

PARA COMPRAR:

Amazon

Submarino

Americanas

Travessa

Para comprar o Tudo que acontece aqui dentro e o Até onde o amor alcança, meus dois primeiros livros (com desconto na Amazon), clique aqui.

Crédito foto: Bananayota

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.