Até quando você teria medo de mim?

(Leia este texto ao som de Budapeste)

O seu medo de mim tinha prazo de validade ou iria durar para sempre?

Eu me questionei sobre isso na mensagem que mandei naquele domingo para saber o que você faria no dia seguinte. Nada, você me disse. E eu criei esperanças de quem sabe a gente se esbarrar para um vinho fora de época. Você manteve sua noite como estava, eu aproveitei a minha para pensar em você.

Lembrei disso quando te encontrei no supermercado comprando comida congelada. Disse que você merecia mais em um sábado à noite e poderia ir lá em casa se quisesse. Alguns amigos iriam também, não seríamos apenas você e eu – argumentei -, mas você se desculpou dizendo que precisava terminar algumas leituras que estavam atrasadas.

Tudo bem, pensei. Uma hora iríamos.

Teve uma quinta em que você me chamou para caminhar no fim da tarde, lembra? Disse que queria companhia para ver o pôr-do-sol na avenida, enquanto aproveitava para colocar para fora as calorias do fim de semana. Naquele dia você pôs as mãos nos meus ombros e ficou nas pontas dos pés para beijar meu rosto. E eu não quis que aquele momento acabasse.

Quem sabe fosse ali, sabe? Mas não foi…

Na sua pior recaída desde o fim do amor que você jurou durar para sempre, você me chamou. Existia um espaço para mim no seu peito ou você só queria despejar a angústia em alguém?

Eu nunca soube, mas seu abraço talvez tenha cantado alguma música sobre esperança para meu coração dançar.

Seu medo de mim se disfarçou de desculpas, encontros desmarcados, muitos vou ver e te aviso e abraços demorados – nos quais eu quis morar por meses inteiros. Mas você nunca me respondeu se eu poderia me hospedar no seu pensamento por uma manhã sequer.

Esperei.
Eu sei que existe algo de errado em um amor que espera e não se concretiza no mundo real, mas esperei.

Quando me dei conta de que não adiantaria muito, te abracei de volta e agradeci em silêncio. Não seria a gente. Provavelmente nunca seríamos você e eu. Mas eu não deixei de te querer bem por isso.

Seu medo de mim durou apenas até eu seguir em frente.

Júlio Hermann


Espero que você tenha gostado desse texto. Fique com Deus.

Se você quiser se inscrever na minha newsletter e receber as conteúdo exclusivos clique aqui. É de graça.

*Meu terceiro livro (e primeira ficção) já está em pré-venda. Se você gostou deste texto (que se inspira nele), tem grandes chances de se identificar com ele.

As duas versões de nós dois

As duas versões de nós dois: O amor pode ser uma surpresa | Amazon.com.br

PARA COMPRAR:

Amazon

Submarino

Americanas

Travessa

Para comprar o Tudo que acontece aqui dentro e o Até onde o amor alcança, meus dois primeiros livros (com desconto na Amazon), clique aqui.

Foto: crédito aqui.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.