(Leia este texto ao som de Everyone Changes)
O quanto você realmente quis estar comigo naquele dia? Os seus lábios me disseram três vezes que era muito, bastante mesmo, que você se sentia bem daquele modo, com os braços ao redor dos meus. Mas seus olhos contradiziam tudo isso.
Pensei de que modo você poderia estar gostando de fato. Quem sabe eu preenchesse em você um espaço que fora de outra pessoa e agora, comigo ali, pinicava menos. Pensei na saudade que seu peito ainda sentia da tal pessoa, mas eu não tinha certeza se ela existia. Então relevava, respondendo um seco e cordial “que bom que você gosta de estar aqui”.
Escrevi no meu diário sobre as coisas que você me dizia sem olhar nos olhos. Elas eram mais profundas e bonitas do que aquelas que você me falava enquanto enxergava as reações do meu rosto ao seu toque. Suas mãos acariciando minhas bochechas eram um carinho genuíno ou um pedido de desculpas?
Nunca quis ao certo descobrir.
Acho que nunca queremos, né? Quando a companhia é agradável, o sorriso até engana, o peito finge que tudo vai bem e segue a vida, até chegamos a engolir as migalhas que estamos vivendo. Não que o outro não se importe em dar o melhor para nós, mas às vezes não é possível doar mais do que já se faz. Da mesma forma nós. Queremos dar mais, sempre mais, mas estamos dispostos a perder o que já se tem pela simples possibilidade?
Talvez você realmente quisesse estar comigo naquela quinta-feira de primavera, mas não exatamente pelo motivo certo. Acontece. Infelizmente acontece. Com você, comigo, com quem segue caminhando em direção a alguma coisa.
Mas não deve ser assim.
O amor precisa ser aquela escolha segura de que se precisa dar as mãos para caminhar ao céu. Se o céu não for a meta, não tem porque começar. E entender isso conscientemente demora um pouco.
Faz parte, vamos adiante. Que a cara batida no muro não nos faça desistir.
Obrigado por ao menos ter querido a mim.
Júlio Hermann
Espero que você tenha gostado desse texto. Tenha uma semana na presença de Deus, da Virgem Mãe e do seu Anjo da Guarda. ❤
Se você quiser se inscrever na minha newsletter e receber as conteúdo exclusivos clique aqui. É de graça.
*Meu terceiro livro (e primeira ficção) já está em pré-venda. Se você gostou deste texto, tem grandes chances de se identificar com ele.
As duas versões de nós dois

PARA COMPRAR:
Para comprar o Tudo que acontece aqui dentro e o Até onde o amor alcança, meus dois primeiros livros (com desconto na Amazon), clique aqui.
Foto: crédito aqui.