(Leia este texto ao som de Ready to Change)
Eu precisei ficar um fim de semana inteiro desconectado de ti para meu coração respirar. No fundo, minha mente sabia que não era algo que brotava exatamente de quem tu eras ou de quem eu insistia ser, mas de qualquer coisa que extrapolava nós dois. Eu precisava me retirar, não exatamente porque queria; talvez porque fosse cedo demais para tomar decisões mais profundas.
Meu peito correu maratonas à beira mar para sentir o vento batendo no rosto. O meu amor por ti estava, aos poucos, se tornando algo menos à flor da pele na minha vida. Eu continuava te amando, te querendo bem, desejando ardentemente que você pudesse sorrir nas noites de segunda-feira – porque elas te eram pesadas. Mas, de detalhe em detalhe, ia precisando ter isso presente cada vez menos – porque saber que você sorria já seria suficiente, eu não precisava ver.
Me culpei por longas noites por estar vivendo contigo sem querer estar em ti. O que a gente faz quando um amor se transforma assim? Eu queria reverter isso, encontrar novos motivos, justificar a minha felicidade com a sua. Mas já não era sincero.
Os nossos momentos haviam se tornado pesados, apesar do teu esforço em me agradar e da minha vontade de sorrir contigo. Eu lutei, ficando acordado contigo até mais tarde, mesmo que às vezes não prestando atenção ao que você dizia. E isso foi escancarando realidades impensadas na minha frente.
Doeu dar de cara com isso e não querer te ver já na terça-feira.
Eu precisava seguir meu caminho enquanto você caminhava para onde sonhava ir. Houve um momento, que eu não fui capaz de identificar, em que nossas vidas tomaram rumos diferentes. Só faltava a maturidade para colocar as cartas na mesa, sabe? Colocar os pingos nos is. Dar voz ao que o meu comportamento já gritava.
Mas eu ainda te amava, mesmo que meu desânimo não mostrasse isso.
Você, assim como eu, merecia quem te olhasse e quisesse com o coração aberto. O tanto que eu me dedicava não era suficiente mais, nem o tanto que eu queria. E admitir isso diante do espelho não foi fácil, viu?
Eu precisava seguir em frente, porque nem tudo que é bom calha de ser eterno. Mesmo que amemos, como te amei.
Júlio Hermann
*Meu novo livro já está à venda em todo o Brasil. Se você gostou deste texto, tem grandes chances de se identificar com ele.
Até onde o amor alcança
“UM DIA VAI SER AMOR A PONTO DE O CORAÇÃO NÃO PRECISAR CONVENCER O CÉREBRO DISSO.
ATÉ LÁ EU ARGUMENTO”.
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Créditos da foto: Cottonbro
Muito lindo como sempre❤
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Chegou até cair lágrimas pois eu nunca li palavras com toda essa intensidade como se elas fossem tiradas de dentro de mim.. 👏
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