(Leia este texto ao som de Shed a Tear)
Todas as manhas, logo depois de colocar os meus pés no chão, eu levanto o pensamento para o céu na expectativa de ser melhor no dia que está iniciando. Ao menos um pouco, já que eu tenho muitos vícios e preciso ir aprendendo a lidar com eles de um jeito mais saudável a cada pouco.
E você há de concordar comigo.
Não importa sua crença ou sua bagagem de vida, você sabe que existe um eu ideal que você precisa alcançar. Às vezes mais caridoso com os outros, às vezes mais atencioso consigo mesmo. Mas você ainda não é quem deveria ser. Não cem por cento. E comigo é assim também: os meus sonhos são projetados para abrigarem a pessoa que eu preciso me tornar.
As melhoras são processos lentos que precisamos encarar, né?
Mas eu caio muito durante os meus.
Sabe o motivo? Na maior parte dos últimos anos, eu fui alguém extremamente escrupuloso com o meu desenvolvimento. Não aceitava as quedas, teimava que era a pior pessoa do mundo por não conseguir ser perfeito a cada novo dia que nascia. De certa forma, que bom que era assim. Aos trancos e barrancos, na maioria dos casos, é a maneira mais segura que nós temos de verdadeiramente valorizarmos nossos processos.
O grande problema é que nós temos pressa.
O gosto mais amargo que eu precisei engolir foi o de entender que ainda que eu progrida todos os dias um pouco mais, haverão momentos de quedas repentinas para lembrar a minha humanidade falha. E vou precisar de humildade para levantar e me por a caminhar outra vez depois disso.
O maior erro que costumamos cometer é aceitarmos nossos defeitos como se fossem parte de nós, com nossa personalidade sendo escrava da influência que eles tem sobre quem somos. Mas não é bem assim – ou, ao menos, não deveria ser.
Quando eu boto os pés no chão a cada manhã, o que eu penso é que preciso me vencer outra vez. O único adversário que eu tenho para me tornar quem devo ser sou eu mesmo. Que a luta assim seja, então: uma faixa do Rambo na cabeça, três listras de guerra em cada lado do rosto. Só para me intimidar diante do espelho.
Hoje eu serei melhor que ontem, mesmo que caia no meio do caminho.
Júlio Hermann
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