Não se culpe pela falta de amor dos outros

(Leia este texto ao som de Love Will Set You Free)

Eu queria que você não culpasse seu coração nem o chamasse de idiota pelas coisas bonitas que fez e não foram valorizadas pelos outros. Que não colocasse a si mesma contra a parede, apontando um dedo à própria cara e dizendo que você poderia não ter sido imbecil desta vez, mas acabou sendo.

Você não foi, acredite em mim.

Queria que você percebesse que o mundo está abarrotado de pessoas que não se importam com o que você sente quando deita a cabeça no travesseiro antes de dormir, mas isso não te faz menos importante que ninguém. Talvez você só precise continuar sendo luz em um mundo de trevas.

Os teus escudos, coitados, não precisariam existir, né? Mas parece que a existência à nossa volta suplica que tenhamos algum tipo de proteção fajuta que esconda nossos rostos tristes de vez em quando. Sorte dos dias com sorrisos, dizemos; sorte das pessoas que sorriem para os outros, sorrimos.

Entende onde está o ponto? Quebrar a cara faz parte, mas não pode ser responsável por diminuir o amor que habita em você.

Seu coração só precisa de um pouco de carinho às vezes, eu sei, mas o mundo insiste em pisotear os teus sentimentos como se não merecessem valor. Não caia nesse jogo. Comigo é exatamente igual.

Olhe para as marcas de guerra que se formam no teu rosto ao se olhar no espelho. Você já foi mais frágil e mais fraca em outros tempos, não foi? Apesar da dor, tudo isso te fez um alguém mais bonito e mais humano, talvez só você não veja.

Eu queria que você percebesse em ti o quanto tudo isso te transformou em um alguém mais justo e bondoso. E que sentisse orgulho da sorte que tem em ser amor em um mundo que esqueceu a importância de olhar com caridade para o outro.

Apesar da dor, essas fases passam. E constroem pessoas mais fortes. Eu te vejo e percebo isso. Eu me vejo e percebo o mesmo.

Não se cobre tanto. Não se culpe pelo amor que o outro esqueceu de dar.

Um dia nós seremos recompensados por todo bem que fizemos e todo mal que suportamos. Até lá, eu ofereço o meu amor para dar as mãos ao teu e passar por esses dias turbulentos que a vida tem nos apresentado.

O que importa, no fim, é que sofremos pelo excesso de amor em nós, não pela falta dele.

Aguente só mais um pouco.

Júlio Hermann

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