Talvez a vida não espere o ano que vem

(Leia este texto ao som de Never Be Alone)

É provável que o seu coração esteja mais preenchido hoje do que há uma semana. As pessoas à sua volta, os rostos que você viu desde a hora em que acordou, o universo de coisas que aconteceram bem na frente dos seus olhos te disseram que talvez as coisas possam ser um pouco diferentes a partir de agora.

É a mística das festas que se aproximam, né?

Fins de ano talvez não sejam tão reflexivos como deveriam ser para mim. Eu começo o texto assim justamente para escancarar um defeito que é meu: eu não tenho o hábito de programar muitas coisas para o futuro, esperando o tempo de tudo acontecer. Talvez seja porque busco manter minha vida em permanente revisão, de dezembro a dezembro.

Enquanto o mundo para e olha em volta, programando aquilo que deve acontecer no ano em que está por vir, eu permaneço um tempo a mais trancado em mim. Não faço tantos planos, não anoto no papel as metas para os doze meses que viverei. Espero o Cristo que está para chegar nesta noite quando eu comemorar o Verbo se fazendo carne, abro meu campo de visão para aqueles que eu verdadeiramente amo e estão aqui. De resto, tento ser uma pessoa melhor do que fui ontem.

O processo parece desleixado, eu sei, mas o meu objetivo hoje é dar um passo a mais do que aqueles que dei ontem, ainda que eu não saiba exatamente onde ir. Com fé, eu sei que chegarei em um lugar bom, exatamente no ponto em que devo estar. Gostaria de ter a maturidade e as virtudes que têm os santos, mas isso ainda não é possível. Quem sabe assim, de pouquinho em pouquinho, um dia seja?

Eu me esforço agora e decido não esperar pela festa da semana que vem para mudar o que precisa maturar em mim. Jesus chega nesta noite, então não há motivo para esperar um pouco mais para deixar que o próprio Amor possa nascer em mim também.

Procuro ser um pouco mais gentil e prestativo, sabendo que de alguma forma isso voltará para mim – mesmo que não neste mundo. De gesto em gesto, buscando ser alguém infinitamente melhor quando o calendário chegar nesta data outra vez.

O motivo é um só: talvez a vida não espere o ano que vem para que tomemos a coragem de mudar. Então eu vou assim, um pouco de cada vez, para que no fim da vida eu precise apenas prestar contas pelo amor que deixei habitar em mim.

E possa te desejar um feliz e abençoado Natal quando recordarmos outra vez que o Deus Onipotente nos visitou como criança para nos mostrar a importância de crescer sem se deixar estragar pelo mundo adulto.

Júlio Hermann

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