(Leia este texto ao som de Kids)
A maioria das nossas prisões somos nós mesmos que construímos. Assim mesmo, de um modo quase doentio de quem pega apreço pelo sofrimento e não sabe mais viver tranquilo se não tiver com o que se incomodar.
Me dei conta disso dia desses, enquanto conversava com um amigo. Ele reclamava do trabalho com carga horária excessiva e um salário absurdamente baixo, por ser estágio. Disse que não via a hora de fazer outra coisa da vida, mas não tinha coragem de deixar tudo para trás por não saber o que seria de si se resolvesse meter o pé em um balde que pedia para ser chutado.
As coisas não são diferentes nos outros extremos de nossas vidas. Nas amizades que cultivamos e nos relacionamentos que vivemos, na faculdade que cursamos ou em qualquer outro ponto, as coisas são exatamente assim também. Passamos por momentos de tristeza sem a coragem de tentar mudar o modo como vemos as coisas. É um pouco de falta de certeza de que tudo vai ficar bem depois de tudo, sim, mas uma ausência muito maior de um desejo de ser verdadeiramente feliz.
O meu amigo não teve a audácia de sentar na sala do diretor da empresa e pedir um aumento ou avisar que estava saindo, criando uma prisão para si mesmo. Ele não precisa do emprego, mas o medo absurdo de não conseguir nada novo depois de sair do atual o fez permanecer em um martírio diário pelo qual ele não precisa passar.
A pergunta que faltou para ele é a mesma que falta para nós na maioria das situações semelhantes em nossas vidas. Estamos permanecendo a fazer deste modo por amor ou comodismo? Se for pela primeira, você tem agido certo. Eu, depois de um tempo, resolvi tomar todas as minhas decisões baseadas no amor. Afinal de contas, ele dará conta de sustentar tudo e me fazer feliz, independente das dificuldades que o cercarem.
Na dúvida, meu amigo acabou construindo uma prisão ao redor de si esquecendo a possibilidade de encontrar um emprego pelo qual ama se doar. Escolha errada, no meu ponto de vista. O conselho que eu dei para ele e dou para todo mundo que me procura é a decisão de sempre optar pelo amor. Apesar de colocar alguns limites e deixar a gente triste muitas vezes, ele nos faz mais livres do que qualquer outra coisa que não nos faz verdadeiramente feliz.
Júlio Hermann
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Tudo que acontece aqui dentro – cartas de amor nunca rasgadas
Sinopse: Amar é afogar-se com os próprios sentimentos e continuar respirando. Tudo o que acontece aqui dentro é uma seleção de crônicas sobre o amor em seus diversos estágios, sobre aprender com as experiências da vida… trata-se de um tipo de testamento das coisas do coração. É também um romance narrado pelas memórias de quem as viveu, por cartas que deveriam ter sido rasgadas, registros dos sentimentos pessoais de quem revelou bem mais de si que a maioria de todos nós. Uma das coisas mais bonitas é a maneira com que vamos enfeitando a alma enquanto esperamos alguém chegar.
‘São cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder. Os momentos felizes e os dias em que pensei que não iria aguentar”.
Júlio tem um dom. Ele consegue exprimir sobre sentimentos com muita beleza e, ao compartilhar em escritos, permite que nós também possamos nomear o que muitas vezes sentimos e ficamos de algum modo aflitos, por não compreender. É o momento em que o nosso coração encontra a paz. Ele transforma o grito preso nas gargantas em literatura. São linhas que costuram o aprendizado sobre amor com o olhar de uma geração.
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