(Leia este texto ao som de Closer)
No início do inverno de 2016 eu decidi que era hora de não ser mais o mesmo. Um daqueles momentos dolorosos e fundamentais em que a gente precisa se colocar do avesso, sabe? Rasgar o próprio coração para entender cada uma das angústias, cada um dos sentimentos, cada pequena coisa do que aconteceu e o que esperamos que seja diferente a partir dali.
Hora de mudar, sem deixar de ser quem se é, pensei comigo. E comecei um processo que dura até agora.
Perceber hoje em dia o que já mudou é engraçado. Depois de um tempo, eu consigo notar que são poucas as coisas que permanecem as mesmas aqui dentro. Foi um processo calmo e longo que me apresentou a vida de um modo que eu não conhecia antes. Do amor verdadeiro numa ligação que virá à noite de um sábado ao desejo de ser mais para os outros do que para mim mesmo, cada pequena coisa que eu descobri nesse tempo me trouxe até aqui.
Noites mal dormidas, manhãs de sono no escritório, viagens dormindo do início ao fim por conta da falta de certeza do que iria acontecer dali para a frente. Tudo acontecia assim, como se tudo fosse escuro. Sorte minha que depois de um tempo aprendi a enxergar nas pessoas a minha volta mais de mim do que achava possível. Esse não é um processo que eu passei, mas que todos nós passamos constantemente ao longo da vida.
Rasgar o próprio coração para si é o mesmo que dizer para a própria cabeça que “toma, você é isso, vê o que consegue tirar de bom dai”. E então começar a entender o processo.
Quando eu comecei isso tudo, pensei que as coisas seriam mais rápidas, mas agradeço por não terem sido. Para garantir que tudo fosse deixar alguma lição para mim mesmo, resolvi documentar tudo. No fundo, as histórias do meus amores, das minhas angústias e dos meus sonhos são as mesmas de todos nós, por mais que mudem os rostos e o objetivo no fim. De vez em quando surge alguém mais especial vestindo uma meia fofa que vai ficar na nossa vida pra sempre.
Certa vez me disseram que a felicidade está no caminho, não no fim da rota. E foi só entendendo isso que eu percebi que o verdadeiro segredo da felicidade é não rasgar os amores que fazem parte da gente, sejam ele sonhos ou pessoas. Em algum momento, num futuro, eles podem nos fazer crescer muito ainda.
Um ano e meio depois de começar tudo isso, acredito que finalmente conheci o amor de verdade e aprendi a ser um alguém melhor, apesar de qualquer ferida. O mais reconfortante, é perceber no meu próprio reflexo no espelho que tudo o que acontece aqui dentro é muito maior do que o que acontece do lado de fora.
Esse é o meu testamento.
E o seu também.
Júlio Hermann
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Nesta semana começou a pré-venda do meu primeiro livro. Se você gostou desse texto, tem grandes chances de se identificar com ele. Obrigado por fazer parte deste sonho comigo.
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Tudo que acontece aqui dentro – cartas de amor nunca rasgadas
Sinopse: Amar é afogar-se com os próprios sentimentos e continuar respirando. Tudo o que acontece aqui dentro é uma seleção de crônicas sobre o amor em seus diversos estágios, sobre aprender com as experiências da vida… trata-se de um tipo de testamento das coisas do coração. É também um romance narrado pelas memórias de quem as viveu, por cartas que deveriam ter sido rasgadas, registros dos sentimentos pessoais de quem revelou bem mais de si que a maioria de todos nós. Uma das coisas mais bonitas é a maneira com que vamos enfeitando a alma enquanto esperamos alguém chegar.
‘São cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder. Os momentos felizes e os dias em que pensei que não iria aguentar”.
Júlio tem um dom. Ele consegue exprimir sobre sentimentos com muita beleza e, ao compartilhar em escritos, permite que nós também possamos nomear o que muitas vezes sentimos e ficamos de algum modo aflitos, por não compreender. É o momento em que o nosso coração encontra a paz. Ele transforma o grito preso nas gargantas em literatura. São linhas que costuram o aprendizado sobre amor com o olhar de uma geração.
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Para comprar nas demais livrarias:
Vem que tem bastante amor <3.