(Leia este texto ao som de Eu Errei)
Não foi a primeira, não foi a segunda. Eu errei com ela e errei comigo. Disse que as coisas estavam caminhando de um jeito, quando na verdade não era bem assim. Senti culpa, senti remorso, senti um monte de coisas ruins ao mesmo tempo. Não havia nada de errado a não ser comigo, a não ser como o modo que eu estava agindo diante de tudo.
Ela baixou os olhos e pediu que eu pensasse um pouco em como as coisas estavam se locomovendo. Eu fechei os meus e deixei que a tristeza tomasse conta de mim. Não era culpa dela, ela não tinha nada a ver com o modo como eu andava torto nos últimos tempos. Queria mudar tudo, queria voltar os ponteiros do relógio para um tempo preliminar a tudo. Mas não era possível.
De vez em quando falhamos feio na vida e acabamos ferindo a nós mesmos e a quem amamos. Agimos de forma inconsciente, como se fechássemos os próprios olhos para aquilo o que estamos fazendo. Quando isso acontece, precisamos voltar nosso olhar para dentro de si, em uma tentativa de resgatar quem éramos antes de adentrar no abismo.
Ao baixar da poeira, ainda com o peito apertado e o coração na mão, a ficha da consciência caiu dentro da cabeça e eu pude reparar em como as coisas estão ultimamente. Nada vale viver assim se não for para melhorar todos os dias. Nada importa daqui para frente se for para nos mantermos assim.
O segredo para fazer as coisas darem certo está no desejo continuo de ser um pouco melhor a cada dia. É troca de pensamentos, mudança de atitudes, mutação no modo como temos conduzido a nossa existência. Tudo em busca de forma mais bonita de vivenciar cada uma das coisas à nossa volta.
Não foi a primeira, não foi a segunda. Mas foi o suficiente para que eu decidisse que as coisas a partir de agora não serão mais assim. Uma dose a mais de honestidade, um pouco mais de amor para nenhum de nós precisar experimentar o gosto amargo da angústia outra vez. Um pouco mais de carinho para que a vida seja um pouco mais bonita para nós todos os dias.