(Leia este texto ao som de Sense)
Do ponto de partida as coisas pareciam mais fáceis. Logo antes de dar o primeiro passo, ainda posteriormente à consciência de tudo o que poderia vir, eu só queria que começasse. Com o coração na mão e as pernas inquietas, eu aguardava o momento exato de iniciar, passar pelo meio do caminho e chegar ao fim.
Como se soubesse o fim.
Como se tudo estivesse previamente escrito.
Como se nada fosse mudar.
Programamos muitas coisas para fazermos na vida. O trabalho dos sonhos, as viagens nos períodos de férias, o tamanho da aposentadoria e o tanto de vezes que vamos nos apaixonar no meio do caminho. Mas as coisas não acontecem assim.
O tempo é um lobo em pele de cordeiro para as coisas que sonhamos para nós mesmos. Entre o primeiro passo e o ponto da minha vida em que eu me encontro agora, aconteceu uma dezena de coisas pelo caminho que mudaram completamente o chão dos meus próximos passos e o final feliz que eu havia imaginado preliminarmente. Não sonho com a mesma profissão, já não dou tanta atenção assim para o dia em que eu me formar na faculdade.
Dizem por aí que um homem não entra duas vezes no mesmo rio porque no dia seguinte já não será o mesmo homem, tampouco as mesmas águas. O mesmo acontece com os sonhos. Eu posso até querer exatamente o que ambicionava ontem, mas a bagagem emocional é completamente diferente. Logo, o que vem pela frente, também o deve ser.
Cabe a nós a adaptação.
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Eu demorei um longo tempo para perceber que nossos caminhos vão mudando ao longo do tempo. Eu já não serei feliz do modo que havia planejado há alguns anos atrás, mas talvez não fosse exatamente daquele modo que eu o devia ser. Talvez eu nunca seja feliz como tenho ambicionado agora, mas eu serei de algum modo que vai fazer bem para mim.
O olhar para trás é amargo porque parece que fracassamos por não ter feito o que queríamos. Mas, se analisarmos cada um dos passos que dermos, nos daremos conta que fomos longe demais, se olharmos lá no início.
Provavelmente eu não seja feliz como sonhei uma vida inteira, mas tá tudo bem. Certamente eu não sou o mesmo menino que quis isso tudo naquele tempo. O segredo mesmo está em entender que nós mudamos, o mundo muda também. No meio da mutação nós encontramos novas formas de sermos felizes.
Júlio Hermann
Júlio, aaaaaaaaaaaaaaaaa como pode ser tão lindo com palavras, eu sou extremamente apaixonada por seus textos ❤
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Faz um texto pra mim Kkkkm
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O ditado que me inspira e “Deus escreve certo por linhas tortas.” Talvez o caminho que eu estou seguindo agora me leve a um maior pleno bem estar, de conquista e felicidade do que eu podia imaginar, mesmo que agora as coisas tenham seguido uma trilha árdua.
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Como gostava de saber o que é isso de ‘ser feliz’! Será uma atitude: agora vou ser feliz! Será uma adjectivação aposta ao meu ser que não sabe exteriorizar sem afirmar? Ou será apenas deixarmos ser o que em nós procura a afirmar-se???
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