(Leia este texto ao som de Somebody to die for)
Não me deixa quieto tempo demais porque eu tenho medo de não conseguir mais reparar no teu modo de baixar os olhos quando fica sem jeito. Eu preciso dessa certeza apressada de que eu posso continuar te enxergando assim, com os olhos refletindo tudo o que reluz à minha volta.
Pergunta da vida, só para eu ter uma desculpa esfarrapada para querer saber como anda a tua. Eu penso nisso dia e noite, para falar a verdade. Converso com meu anjo sobre, converso com as paredes da sala, conto para todo que eu enxergo na rua que existe alguém na minha vida que limpa os olhos com os cantos do punho quando sente sono.
Diz que teu dia foi uma droga. O meu pode ter sido, mas eu vou dizer para você que tá tudo bem, só para não incomodar. Me incomoda com as coisas da tua vida que eu tento encontrar um jeito de acomodar um sorriso no teu rosto. Só até o fim de semana chegar e você conseguir dois dias de paz das obrigações lá fora.
Briga comigo quando eu estiver na tua frente e minha mente vagar longe. Eu tenho uma mania chata de ficar pensando em como as coisas vão ser daqui por diante. Te encaixo nos próximos passos que vou dar e me esqueço de olhar enquanto ainda te tenho aqui. Paradoxo involuntário de quem procura por um modo de te manter aqui.
Me liga durante a madrugada se acordar de um pesadelo ou não estiver conseguindo dormir. Nem me importa se ainda é quatro horas ou se eu já tô quase levantando. Eu resmungo no início, faço voz de quem ainda não acordou por completo, mas vou gostar de saber que você lembra de mim quando precisa de alguém para conversar.
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Reclama do horário curto do almoço, reclama dos trabalhos da faculdade e do quanto você chega cansada na aula depois de enfrentar um dia inteiro de trabalho. Só para eu dizer que te entendo e que sei que é foda, sim, mas logo termina.
Me da um mísero sinal de que você se importa. Só para eu não ter medo de me jogar de cabeça quando enxergar uma vida inteira para ser feliz no canto dos olhos. E não cair outra vez na burra expectativa de que amar e se esforçar sozinho é o suficiente para fazer dar certo.
Júlio Hermann