(Leia este texto ao som de Wildest Dreams)

Desculpa se eu disse alguma coisa que te trouxe medo. Tenho desse costume chato de falar tudo o que vem no coração e me esqueço de olhar na frente e avaliar as consequências. Pode ser nada demais para mim, mas eu não sou capaz de medir como as palavras fazem estrondo aí.

Você fica aí, com essa cara de quem não acredita no que acabou de acontecer. Nem sei ao certo se eu acredito, mas a sensação que brota é de que tudo é palpável demais para ser ilusão. Quase consigo encostar fisicamente quando estico os braços. Quase consigo segurar na palma das mãos.

Você já deve ter se sentido assim, com essa certeza absoluta de que alguma coisa é real só porque faz estrondo dentro do peito. Me disseram uma vez que só porque é da gente não é real. Mas se não fosse mesmo, o que eu faria com o tanto de fé que eu coloco em cima para fazer cada detalhe encontrar seu lugar?

Talvez o segredo seja esse mesmo. Colocar as esperanças naquilo o que vive dentro da gente é a única maneira de fazer dar certo. Pelo menos foi nisso que eu comecei a crer depois da última vez. Se eu não acreditar que é assim, como alguém vai acreditar comigo?

Eu sei. É difícil na maioria das vezes. Mas não adianta desanimar, só é um jeito burro de botar a gente mesmo para baixo. No fundo do peito nós sabemos que as coisas um dia encontrarão um canto para fazer morada. Só precisamos esperar o universo voltar a girar como girava antes.

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Melhor deixar para lá o que não é importante e nos desvia do caminho. Se eu der bola, vou ter que procurar por mim mesmo a rota outra vez. Então deixa assim.

Mas sinto muito se te machuquei. Eu só quis ser sincero. E chega até ser estranho o quanto a sinceridade tira a gente do chão mesmo quando ela é tudo o que pedimos dos outros.

Apesar de tudo, te prometo que isso tudo vai passar.

Júlio Hermann