(Leia este texto ao som de Verdades do tempo)
Logo depois de cruzar a porta pela última vez, a sensação que subia pelas entranhas era de que o mundo fugia por trás das costas e não voltaria mais. Passou pela traqueia, parou em um ponto doloroso na ponta dos lábios. Ficou ali até evaporar.
Ela me disse em uma conversa informal, quatro dias depois, que as coisas são assim mesmo. Deixamos um pouco de nós em tudo o que não conseguimos levar conosco adiante. Deixamos de ser quem éramos antes de passar por uma transformação que só diz respeito a nós próprios.
A gente prega demais por aí que passado não volta e é melhor deixar o futuro para depois. Tá tudo bem até aí, o problema é quando nos preocupamos demais com isso e esquecemos de olhar o universo inteiro se locomovendo em volta. Chega a dar nó na cabeça quando cai a ficha, mas sempre é tempo de lembrar que a vida é curta e logo viraremos pó.
Falta um pouco daquela máxima de ser sincero com si mesmo. Colocamos esforço demais em situações que precisam apenas de nossa conformação. Corremos o mundo em vão quando já sabemos que nada do que fizermos resolverá a vida como está.
Hoje em dia eu trato de abraçar um pouco mais as pessoas que eu amo, porque já não sei quanto tempo tenho para respirar. Dedico um pouco mais de tempo para tentar fazer o bem sem esperar ser correspondido, porque é só isso que eu vou levar quando precisar cruzar uma porta outra vez.
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O que o mundo precisa, o que eu preciso fazer, é parar de olhar um pouco pra dentro de si e começar a reparar um pouco mais nas coisas em volta. Amor nenhum consegue suportar a tortura do claustro de viver somente dentro da gente.
Depois de cruzar a porta pela última vez, a única coisa que corria por dentro do meu peito era saudade. Logo após evaporar, sobrou só o amor que eu trouxe comigo até aqui.
Júlio Hermann
Lindo,amo seu trabalho!
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