(Leia este texto ao som de Scared To Be Lonely)

Você me fala na cara que de repente as coisas não precisam ser assim. Que a gente pode mudar um pouco todos os dias para tentarmos ser mais santos para nós mesmos. Nem precisa coisa demais, só um pouco de esforço e um pouco de si.

Me diz que talvez seja melhor ir por aqui. Respiro algumas vezes, baixo a face por uns minutos para me localizar no mundo outra vez. Até perceber que talvez seja isso mesmo.

Acontece algumas vezes na vida de sermos escravos de nós mesmos e nos sentirmos perdidos no meio do universo sem saber por onde ir. Sabemos o que estamos fazendo, temos convicção de onde a vida vai dar se seguirmos assim. Mas o caminho não diz respeito àquilo o que devemos ser.

Falta pensarmos mais no que nós mesmos devemos fazer em vez de pensar demais nos passos alheios.

A vida é um moinho gigante que gira diversas vezes na frente dos olhos, mas volta para o lugar. Nos perdemos, nos encontramos, mas nunca somos os mesmos quando voltamos para o ponto de onde partimos. De vez em quando clamamos aos céus para entender a mudança, de vez em quando apenas agradecemos. E parece que sempre há um conselho amigo sussurrado no silêncio ao pé do ouvido.

Hoje eu me sinto assim, pensando exatamente no que fazer daqui para frente. O que precisarei abraçar e o que terei que deixar para trás quando decidir partir em direção aquilo que devo ser.

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Bate receio, bate medo, bate um mundo de coisas dentro do peito botando a certeza que nem chegamos a ter em jogo. Mas a vida é providente conosco quando a permitimos ser.

Hoje eu ouvi um conselho silencioso sendo dito no meu ouvido, amanhã talvez seja a tua vez de ser abraçado pelo mundo a tua volta. Se vamos segui-los ou não, a escolha é inteiramente nossa. Independente disso, sobra a sensação única de se sentir acolhido pelo que não tem corpo palpável, mas a gente sente.

E sabe que existe.

Júlio Hermann